Felipe Amorim
Do UOL, em Brasília
Cunha disse ainda que está havendo seletividade em relação a ele
Foto: Luis Macedo / Câmara dos Deputados
Ao apresentar sua defesa na Câmara no processo de cassação de seu mandato, o deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que "paga o preço" por ter dado início ao processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT)
"Eu estou pagando o preço de ter meu mandato cassado por ter dado continuidade ao processo de impeachment. É o preço que estou pagando para Brasil ter ficado livre do PT", afirmou o peemedebista.
"É esse processo de impeachment é que está gerando tudo isso. O que quer o PT é um troféu para poder dizer que é golpe", disse Cunha. "Alguém tem dúvida que se não fosse minha atuação, teria processo de impeachment", perguntou retoricamente o deputado.
No ano passado, Cunha foi o responsável por aceitar o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que acabou deixando a Presidência em definitivo no último dia 31.
Cunha falou por pouco mais de meia hora na sessão desta segunda-feira (12), que analisa o pedido de cassação dele.
O deputado demonstrou emoção em alguns momentos e chegou a falar com a voz embargada, como quando, já ao final de sua fala, citou que sua cassação representaria o fim de sua carreira política e quando mencionou a exposição da sua família provocada pelo processo contra ele.
Antes de iniciar sua fala, o deputado ouviu gritos isolados de "fora, Cunha" no plenário da Câmara. Sua fala foi interrompida diversas vezes por manifestações de deputados favoráveis à sua cassação. Enquanto Cunha falava, deputados do PT gritavam palavras de ordem contra ele, chamando-o de "golpista".
Trusts
Cunha voltou a afirmar que não mentiu na CPI da Petrobras quando afirmou não possuir contas no exterior. Segundo Cunha, ele possui trusts, que são um tipo de investimento no qual a titularidade dos bens é de terceiros e não se assemelha a uma conta corrente, que dá mais liberdade na movimentação de recursos.
Apesar de confirmar possuir trusts, Cunha defende que não houve mentira, pois a pergunta que lhe foi feita na CPI citava apenas contas no exterior.
"A pergunta que me foi feita na CPI é se tinha conta não declarada [no exterior]. Eu quero saber: cadê a conta? Qual o número da conta? Conta é aquilo que você tem no Banco do Brasil e saca dinheiro, tem talão de cheque. Que conta é essa que você não consegue movimentá-la, que você não consegue acessá-la? O que é o trust: é uma instituição que você transfere o patrimônio, e patrimônio que eu tinha adquirido há muitos anos."
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