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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Ícone do frevo, Maestro Nunes morre aos 85 anos no Grande Recife


14/09/2016 09h29 - Atualizado em 14/09/2016 15h04

Artista estava internado em hospital em Paulista, Região Metropolitana. 
Maestro compôs mais de três mil frevos e fundou escola dedicada ao ritmo.



Do G1 PE










A música pernambucana amanheceu de luto. Morreu, na madrugada desta quarta-feira (14), aos 85 anos, o Maestro Nunes, um dos ícones do frevo no estado. O artista estava internado no Hospital Nossa Senhora do Ó, em Paulista, no Grande Recife, e não resistiu a complicações de um problema pulmonar.

Segundo a filha do artista, Mércia Nunes, ele faleceu por volta da 0h30 vítima de edema pulmonar e infecção generalizada. Ela informou ainda que o pai esteve internado na semana passada no Hospital Nossa Senhora de Lourdes, no bairro de Cavaleiro, Jaboatão dos Guararapes. Recebeu alta na última sexta (9), mas, após piorar, foi levado para a UPA de Jardim Paulista, onde ficou entubado. Na tarde de terça (13), foi transferido para o Nossa Senhora do Ó. 
Músico e arranjador, o Maestro Nunes se formou em Música pela Universidade Federal dePernambuco (UFPE) e em Regência pela Faculdade de Filosofia de Recife. Em 1972, o maestro fundou a Escola Musical do Frevo, que tinha como público-alvo os filhos dos presidentes das agremiações carnavalescas e crianças de comunidades de baixa renda.
Começou a tocar em bandas do interior de Pernambuco aos 9 anos. Em 1950, mudou-se para Recife, onde integrou diversas bandas, dentre elas a Banda Manoel Óleo, a Banda União Operária da Macaxeira e a Banda do Liceu de Artes e Ofícios. Integrou também a Banda do Cassino Americano e a Banda da Cidade do Recife.
Participou do MCP (Movimento de Cultura Popular). Compôs, durante a carreira, mais de 3 mil frevos, tendo gravado mais de vinte, entre eles, "Cabelo de Fogo", um dos mais famosos. Em 1966, teve sua composição "Frevo de Mocotó" gravada no disco "Frevos para o Carnaval", gravado pela Grande Orquestra de Coro Chantecler, lançado pelo selo Chantecler CMG.
Em 2003, seu primeiro disco, "Locomotiva do Frevo", foi relançado, contendo alguns frevos inéditos. Além de terem se baseado em temas de voga, as músicas inéditas também homenagearam agremiações carnavalescas, como o Segura o Talo, da Turma da Jaqueira e o Acorda Povo, de Afogados. Em 2007, foi o homenageado do Carnaval do Recife e, em 2009, eleito Patrimônio Vivo de Pernambuco. Um ano depois, lançou um CD contendo quatorze faixas, sendo todas elas frevos de rua. Maestro Nunes deixou a esposa, seis filhos e uma neta.

O Paço do Frevo, no Bairro do Recife, publicou uma nota de pesar afirmando que "recebeu com tristeza" a notícia da morte do músico "essencial para o frevo, para a música pernambucana e brasileira". Segundo a instituição, a vida e a obra do maestro são exemplos de dedicação e generosidade e as mais de 3 mil composições dele embalaram o povo na rua, transformando a paisagem sonora do frevo e do Carnaval recifense.

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