Parentes de vítimas da ditadura de Pinochet comparecem à cerimônia de 41 anos do golpe que derrubou Salvador Allende.REUTERS/Ivan Alvarado
Nesta quinta-feira (11), no dia que marca os 41 anos do golpe que levou Augusto Pinochet ao poder no Chile, um parlamentar de direita foi preso acusado de envolvimento no assassinato de três militantes de esquerda, em 1981. Rosauro Martinez, do Partido de Renovação Nacional, de 64 anos, perdeu a imunidade política em junho, por causa do processo. Ele está preso em Valdivia, no sul do país.
No dia 11 de setembro de 1973, um golpe militar liderado por Augusto Pinochet derrubou o presidente socialista Salvador Allende. O general governou com forte repressão até 1990. Até hoje Pinochet ainda tem muitos defensores, apesar de ter estado à frente de um dos regimes mais sangrentos da época na América do Sul.
Martinez era chefe de uma divisão do exército, quando um comando sob suas ordens teria assassinado três integrantes do Movimento Revolucionário de Esquerda (MIR). Cerca de 60 ex-militares estão atualmente servindo penas por violação de direitos humanos durante a ditadura de Pinochet. De acordo com números do governo, 3.200 pessoas foram assassinadas e outras 38.000 foram torturadas de 1973 a 1990.
Testemunho
Em uma cerimônia no Palácio La Moneda, a presidente Michelle Bachelet declarou que é preciso por um basta à espera dolorosa e ao silêncio injustificado. Ela fez um apelo emocionado para que as informações do período sejam reveladas. Michelle Bachelet foi vítima da ditadura. Torturada, ela fugiu do país. Já o pai foi assassinado por sua lealdade a Allende.
Durante o evento, a presidente fez referência à explosão no metrô de Santiago, na segunda-feira, que feriu 14 pessoas. O incidente foi considerado como um «ato terrorista» pelo governo. Na quarta-feira, duas bombas caseiras foram detonadas em um shopping center do balneário de Viña del Mar, intensificando o clima de terror no país.
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