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domingo, 27 de outubro de 2013

MEMÓRIA POLÍTICA Pernambuco no centro da sucessão presidencial

Desde a Proclamação da República, presença de pernambucanos em chapas é comum e deve se repetir em 2014 com Eduardo

Publicado em 26/10/2013, às 18h00

Eduardo é tido como nome certo para disputa presidencial de 2014 / JC Imagem

Eduardo é tido como nome certo para disputa presidencial de 2014

JC Imagem

Um dos Estados mais politizados da federação, Pernambuco ter um filho natural disputando a Presidência do País ou à vaga de vice-presidente em uma chapa nacional não é um fato raro na história da República. Desde a Proclamação, em 1889, ao longo dos períodos democráticos – com eleições diretas – e nos tempos de ditadores e regimes de exceção, via eleições indiretas no Congresso Nacional, a presença de pernambucanos está registrada nas eleições presidenciais do Brasil.
Entretanto, caso se confirme a candidatura do governador Eduardo Campos (PSB), em 2014, será a primeira vez que um chefe de governo do Estado renuncia ao mandato para ir a uma disputa presidencial. Até hoje, em 124 anos de República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é o único pernambucano eleito, episódio mais significativo, mas sob a ressalva de ter emigrado do Estado aos sete anos de idade e ter construído toda a sua vida política em São Paulo.

INFOGRÁFICO

República Velha
Observada só a “era da redemocratização” pós-ditadura de 1964, período de liberdade política mais longo da história republicana brasileira – de 1985, ano da eleição indireta de Tancredo Neves, no colégio eleitoral do Congresso, para cá – em sete eleições realizadas,
Pernambuco teve um vice, Marco Maciel (DEM, ex-PFL), nos dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), um presidente – Lula, primeiro operário-metalúrgico no cargo, também por dois mandatos –, e um candidato a vice-presidente derrotado, Fernando Lyra (PDT), na chapa de Leonel Brizola, no primeiro turno de 1989. Nesses 28 anos de normalidade democrática, houve ainda dois “quase” candidatos a vice-presidente, os ex-governadores Roberto Magalhães (DEM, nascido no Rio Grande do Norte), com Mário Covas (PSDB), em 1989, e Jarbas Vasconcelos (PMDB), na chapa de José Serra (PSDB), em 2002. Candidaturas inviabilizadas pela resistência dos próprios aliados políticos.
Primeira eleição direta após a queda do regime de 1964 e a revogação dos entulhos autoritários pela Constituição de 1988, as eleições presidenciais de 1989 – que passaram a ser em dois turnos, não havendo maioria absoluta de votos válidos no primeiro – foram as mais marcantes da vida republicana. Há 29 anos o País não tinha eleições pelo voto popular, 22 candidatos disputaram – entre eles, três ex-exilados, Leonel Brizola, Mário Covas e Fernando Gabeira (PV), um comunista, Roberto Freire (PCB, clandestino desde 1947), e um operário, Lula – e a radicalização se estabeleceu pela configuração da histórica dicotomia direita versus esquerda, no segundo turno.
Nome novo na política, Fernando Collor de Mello (PRN), ex-governador de Alagoas que uniu os conservadores, e o sindicalista Lula, pelo Partido dos Trabalhadores, formados por muitos ex-militantes de partidos revolucionários.
Além dos 22 postulantes registrados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), um outro nome foi indeferido para a disputa, eleições pela primeira vez também em chapa única (presidente e vice, podendo ser de partidos diferentes), o do apresentador Sílvio Santos (PMB), por candidatura fora do prazo.
Ex-ministro da Justiça de José Sarney (PMDB, ex-PDS, que assumiu em razão da morte de Tancredo Neves), o pernambucano Fernando Lyra (PDT) ocupou o cargo de vice na chapa do ex-governador do Rio Grande do Sul e ex-ministro de João Goulart, Leonel Brizola, considerado o “inimigo nº 1” pelos militares.

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