Secretário de Planejamento do Recife é visto como o ?braço direito? do prefeito Geraldo Julio. Está à
frente de funções estratégicas, inclusive do monitoramento
Publicado em 01/12/2013, às 06h05
Rebêlo é apontado como braço-direito do prefeito Geraldo Julio
JC Imagem
Com a ideia de checar o andamento da promessa de colocar as metas dos secretários da Prefeitura do Recife na internet, o JC solicitou uma entrevista por telefone com o secretário de Planejamento e Gestão, Alexandre Rebêlo. A resposta veio rápida: foi marcada uma conversa pessoalmente no prédio do Executivo.
Rebêlo recebeu o JC sentado na mesa em que ocorrem reuniões de monitoramento de metas, de frente a uma apresentação de slides já projetada em uma tela. Ao longo de uma hora, o auxiliar do prefeito Geraldo Julio explicou todo o processo que está sendo feito para implantar o modelo de monitoramento importado do governo do Estado, tão propagado na campanha de 2012.
A situação revela um pouco do perfil do secretário, visto como o “braço direito” do socialista: técnico, objetivo, eficiente e acessível. Estas foram algumas características dele citadas por integrantes da gestão ouvidos pela reportagem.
Além de fazer a gestão das informações acerca dos projetos e obras tocados pela PCR, Rebêlo tem a tarefa de monitorar o orçamento. Não é à tona que Geraldo Julio delegou a ele a função estratégica: Rebêlo foi secretário adjunto quando o prefeito comandava a Secretaria de Planejamento do governo Eduardo Campos (PSB). Conhece todo o processo, além de ter a simpatia do prefeito.
Secretários relatam que não têm dificuldade de marcar reuniões com ele e que recebem respostas rápidas. “Quando alguma pasta está com retenções, ele liga e pergunta se pode ajudar em algo”, relata um integrante da gestão.
Leia a entrevista com o secretário:
JORNAL DO COMMERCIO – Como está a implantação do modelo de planejamento na prefeitura?
ALEXANDRE REBÊLO – Desde janeiro estamos estruturando uma área de gestão na prefeitura. É partindo do zero mesmo, montando uma concepção de trabalhar de forma profissionalizada, que tenha uma lógica muito derivada do que vivemos no governo do Estado. Temos dois grandes pilares. Primeiro, pensamos que temos que ter uma equipe específica para trabalhar a gestão. Então, a primeira tarefa foi montar um time cujo trabalho é fazer a gestão acontecer. É fazer estas ações serem cumpridas no prazo, identificar o problema e explicitar a questão para o prefeito resolver. Usamos 20 analistas que selecionamos no início da gestão. Depois de escolhidos, eles visitaram as secretarias, detalharam e acompanharam ações. Notamos que isso gerou a necessidade também de as áreas se estruturarem. As secretarias precisam de uma estrutura para dar suporte ao planejamento, senão não anda. Montamos esta estrutura na área de saneamento, educação, por exemplo. Vamos chegar a todas as áreas.
JC – O senhor não percebe uma impaciência de setores da sociedade civil para ver resultados rápidos, como foi prometido na campanha eleitoral?
REBÊLO – Este tipo de processo (planejamento) tem seu tempo de maturação. O tempo da prefeitura que estamos vivendo é muito mais rápido do que o de outros Estados e é natural porque trouxemos a expertise (do governo do Estado). O próprio prefeito Geraldo Julio tem origem nesta área, então ele compreende o processo. O principal é a vontade de fazer de forma planejada. Se você não gastar tempo para se estruturar e fazer direito, parar, pensar, levantar número, fazer diagnóstico, testar ação, se não der certo, volta... Ou fazemos este processo ou vamos passar quatro anos sem fazer nada. Tem um mal-humor na sociedade, mas daqui a pouco não vai ter mais. A cidade vai mudar mesmo.
JC – O que a prefeitura conseguiu fazer em relação ao prometido corte de gastos?
REBÊLO – Conseguimos cortar gastos na relicitação de vários processos. Na área de saúde e educação, por exemplo, refizemos todos os contratos de terceirização de mão de obra, adequamos a uma realidade nova, quantidade de carga, salário, tipo de profissionais. Temos conseguido alguns retornos importantes que nos permitiram ter fundos para investir. A média de investimento do Recife nos últimos anos era R$ 200 milhões anuais. A gente vai investir este ano mais de R$ 400 milhões. A redução deste ano é 14,3% em relação a 2012. Isso significa aproximadamente R$ 200 milhões.
JC – Mas a meta era investir R$ 1 bilhão este ano...
REBÊLO – Sempre é. Quando você faz o orçamento do ano seguinte, você tem que colocar todos os gastos, mas boa parte não se realiza, alguns convênios. Quando eu vou pedir dinheiro para o governo federal, um dos documentos que ele me pede é declaração de que consta no orçamento a dotação orçamentária. A estimativa é investir este ano R$ 400 milhões e, no próximo, R$ 500 milhões. Este ano, já gastamos em saúde até agora a mesma coisa que foi gasto em quatro anos. Há uma prevalência de investimentos na área de saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário