Secretaria de Segurança acompanha passos de organizadores da manifestação marcada para esta quinta-feira, às 17h; políticos serão alvos de protestos, para os quais são esperadas cerca de 20 mil pessoas em Cuiabá; PM diz que poderá usar bala de borracha, gás e spray
19 DE JUNHO DE 2013 ÀS 17:54
O sistema de inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública está monitorando todos os passos dos organizadores dos ato contra a corrupção que acontece em Cuiabá, nesta quinta-feira (20), a partir da 17 horas.
A expectativa é que pelo menos 20 mil pessoas participem da manifestação, que se inicia na Praça Alencastro, no centro da Capital. Em seguida, o grupo subirá a Avenida Getúlio Vargas e fará uma parada na Praça Santos Dummont, em frente ao restaurante Getúlio Grill. De lá, o ato segue até a Praça 8 de Abril , em frente ao Choppão, e desce a Avenida Issac Póvoas, até o cruzamento com a Prainha, onde será a concentração principal.
O governador Silval Barbosa (PMDB) deve ser um dos alvos do movimento, assim como outros políticos. Segundo a reportagem apurou junto a organizadores do protesto, também pode haver mobilização em frente ao Palácio Paiaguás, na sede da Secopa e na Assembléia Legislativa.
Além da corrupção, os manifestantes devem protestar contra os problemas na Saúde pública em Mato Grosso, a falta de segurança e os investimentos bilionários e os atrasos nas obras da Copa do Pantanal.
Apesar do cunho apartidário que vem pautando os atos, os manifestantes pretendem dar um recado à classe política. Para tanto, além de faixas e cartazes, bonecos representando vários políticos devem ser queimados em praça pública.
Violência
A preocupação do Governo do Estado, além do possível desgaste político, é que a manifestação fuja ao controle e termine em atos de violência e vandalismo, contra instituição privadas e públicas, como aconteceu em várias Capitais do país.
Nesse caso, a ordem do Governo é que a polícia evite, ao máximo, atos de violência e reação – a não ser que a situação seja considerada "insustentável", e a reação inevitável.
A Secretaria de Segurança, além do monitoramento, define na tarde de hoje (19) o efetivo da Polícia Militar que acompanhará o ato – e já teria, até mesmo, destacado alguns agentes para se infiltrar junto a organizadores e manifestantes, visando a antecipação de possíveis ações.
Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança, o planejamento operacional preventivo está sendo centrado no Comando Regional 1.
Segundo um dos organizadores do movimento, que pediu para não ser identificado, o ato será pacífico, sem apologia à violência e sem cunho partidário. Outra preocupação do movimento é que políticos e partidos tentem fazer uso dos atos com objetivos pessoais – fato que será repudiado, segundo o movimento.
PM diz que pode usar bala de borracha, gás e spray
Max Aguiar, do Olhar Direto - A Polícia Militar está autorizada a usar armamento não letal e munições químicas na manifestação que está agendada para acontecer no final da tarde de hoje (19), em Cuiabá.
De acordo com o Comando Regional da PM, os dispositivos serão usados em caso de "baderna e depredação contra patrimônio público". Foi o que ficou definido após reunião com os três batalhões que farão o monitoramento do manifesto.
"Se os manifestantes usarem a forma ordeira para manifestar, nós iremos apenas acompanhar. Mas se por algum acaso aparecer os baderneiros querendo estragar o protesto pacífico, estaremos prontos para atuar da forma que estamos treinados, com munições de borracha e química, que envolvem spray de pimenta, gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral", confirmou o tenente coronel da Polícia Militar Paulo Serbija.
Estarão a postos para trabalhar durante as horas do manifesto, policiais do 1º, 9º e 10º Batalhão da PM. A polícia especializada, que conta com a cavalaria e batalhões da Ronda Ostensiva Tático Móvel (Rotam) e a Força Tática também foi acionada e deve ficar de prontidão para qualquer ato que não seja pacífico.
Policiais que fazem parte do setor de inteligência estarão infiltrados entre os manifestantes.
Todos os policiais ficarão sob o comando do coronel Jadir Metelo Costa, comandante do CR-1, que será o responsável pela avaliação de tratamento da conduta dos manifestantes. Se alguém for detido, será levado imediatamente para a Central de Flagrantes de Cuiabá.
"Armas não letais são normais em atos como o que está marcado para acontecer em Cuiabá. Todos estão preocupados com a forma com que vai ser, por conta dos atos que são vistos em outras cidades. Queremos que por aqui tudo seja em ordem, mas se os baderneiros surgirem no meio dos integrantes de boa fé, nós iremos atuar de maneira enérgica. Estamos preparados e avisados sobre isso", garantiu Serbija.
Bandeiras
O protesto está marcado para ter início às 17h30, com saída da Praça Alencastro, que fica em frente ao prédio da Prefeitura de Cuiabá.
O tema do protesto de hoje, que está sendo organizado nas redes sociais, será pela redução da tarifa do transporte municipal e intermunicipal; pelo cumprimento integral da lei do passe livre para estudantes secundarista, da graduação ou pós graduação; por qualidade no transporte público e municipalização do transporte.
Amanhã o protesto será contra a corrupção e violência ocorrida nos confrontos com as forças policiais nas capitais da maioria dos estados do Brasil.
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