Com a realização de audiência pública para discutir o aumento da incidência de sobrepeso, na manhã desta terça-feira, 17, a Câmara Municipal do Recife uniu-se à Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica e às universidades que desenvolvem projetos de combate à obesidade. A iniciativa foi do vereador Aerto Luna (PRP), que está consciente da necessidade de se implantar políticas públicas de educação visando a prevenção. “Por isso, eu acho que a escola é um ambiente ideal para dissiminação de ações e práticas preventivas no controle da obesidade. Crianças e adolescentes que estudam nas escolas da rede pública municipal precisam receber orientações e informações de forma a desenvolver hábitos alimentares corretos para serem adultos saudáveis. É mais fácil educar uma criança que reeducar um adulto”, defendeu o vereador na abertura da audiência.
Um estudo realizado no Recife com um grupo de estudantes, segundo o vereador, observou que a incidência conjunta de sobrepeso e obesidade chegou a 33,9% tanto no sexo feminino como no masculino. O vereador anunciou que vai propor a criação de uma comissão especial na Câmara Municipal do Recife para dar continuidade à ideia de adoção de uma política pública, nas escolas municipais do Recife, para combate à obesidade. Participaram da audiência pública o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariática e Metabólica, Pedro Cavalcanti; o vice-presidente da sociedade e coordenador do Projeto de Combate à Obsidade do Hospital das Clínicas, Josemberg Campos; o presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia – SBEM – Pernambuco, Lúcio Vilar; e a endocrinologista representante da UPE/Hospital Osvaldo Cruz, Nair Cristina.
Segundo esses especialistas, existem mais de 1 bilhão de pessoas com obesidade no mundo. O Brasil é o segundo país com essa incidência, perdendo apenas para os Estados Unidos. É também o segundo em cirurgia bariátrica. “Mas queremos alertar que esse tipo de cirurgia deve ser o último recurso. Quando o paciente chega a esse nível, de precisar da operação, é porque a guerra está perdida. É preciso ganhá-la antes da operação. O nosso objetivo é a prevenção. Temos que reverter a obesidade pela educação”, alertou o médico Pedro Cavalcanti. Ele também confirmou que a obesidade entre criança e adolescentes está “cada vez mais prevalente”. Desde o ano passado, através da portaria 424/2013, o Ministério da Saúde tem autorizado fazer a cirurgia em adolescentes a partir de 16 anos.
O Hospital das Clínicas, em 15 anos, realiza a cirurgia bariátrica. Desses casos, 75% são em mulheres. “Há dois anos, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariática e Metabólica vem trabalhando junto ao Ministério da Saúde para expandir o número de hospitais que façam a cirurgia nos portadores de obesidade. Se isso é bom por um lado, por outro é ruim, pois a nossa preocupação é a prevenção. Por isso, essa iniciativa da Câmara Municipal do Recife em realizar esta audiência e se engajar nesse trabalho, é digna de nosso reconhecimento. É preciso criar leis e normas, através do Legislativo, para as escolas públicas trabalharem a educação dos jovens”, disse Josemberg Campos. Ele apresentou slides sobre causas, prevenção e consequências da obesidade nos diversos níveis. “A mortalidade do adulto está ligada a esse problema. As doenças crônicas são todas decorrentes da obesidade, como o diabetes, a hipertensão e o câncer”, afirmou Josemberg. Os países desenvolvidos, segundo ele, estão preocupados com o avanço desse problema de saúde pública, que tende a se agravar ainda mais, complicando o atendimento de saúde da população. “Se a saúde pública é hoje um grave problema, será maior ainda se não houver uma prevenção”.
O endocrinologista Lúcio Vilar fez um alerta: a obesidade entre crianças e adolescentes vem aumentando à medida que se dissemina o hábito de comer em lanchonetes do tipo fast-food. A endocrinologista Nair Cristina disse que o combate ao sobrepeso não pode mais ficar somente no campo das informações. “Requer das autoridades públicas ações eficazes, assim como requer uma mudança no estilo de vida”, disse. O grande foco, em seu entendimento, deve ser a escola, para se atingir um resultado a longo prazo. O vereador Aerto Luna lembrou que existe um projeto de lei tramitando na Câmara Municipal do Recife, o de número 113/2012, de autoria do vereador Almir Fernando (PCdoB), que institui o Programa de Combate à Obesidade e ao Sobrepeso no Recife, com a finalidade de implementar ações eficazes para a reeducação de peso, o combate à obesidade adulta e infantil na população.
Nair Cristina elencou algumas medidas que considera importantes e que podem ser adotadas em um programas nas escolas: escola em tempo integral; atividades físicas diárias nas escolas; supervisão de um educador físico; alimentação saudável na merenda escolar; avaliação médica e odontológica semestral; reuniões multidisciplinares com as famílias dos alunos; trabalho de apoio de agentes comunitários e de assistentes sociais; critérios de avaliação das escolas na avaliação dos resultados dos alunos; divulgação de resultados com premiação; incentivo à adesão do modelo público nas escolas particulares.
Em 17.09.2013, às 13h12.
Segundo esses especialistas, existem mais de 1 bilhão de pessoas com obesidade no mundo. O Brasil é o segundo país com essa incidência, perdendo apenas para os Estados Unidos. É também o segundo em cirurgia bariátrica. “Mas queremos alertar que esse tipo de cirurgia deve ser o último recurso. Quando o paciente chega a esse nível, de precisar da operação, é porque a guerra está perdida. É preciso ganhá-la antes da operação. O nosso objetivo é a prevenção. Temos que reverter a obesidade pela educação”, alertou o médico Pedro Cavalcanti. Ele também confirmou que a obesidade entre criança e adolescentes está “cada vez mais prevalente”. Desde o ano passado, através da portaria 424/2013, o Ministério da Saúde tem autorizado fazer a cirurgia em adolescentes a partir de 16 anos.
O Hospital das Clínicas, em 15 anos, realiza a cirurgia bariátrica. Desses casos, 75% são em mulheres. “Há dois anos, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariática e Metabólica vem trabalhando junto ao Ministério da Saúde para expandir o número de hospitais que façam a cirurgia nos portadores de obesidade. Se isso é bom por um lado, por outro é ruim, pois a nossa preocupação é a prevenção. Por isso, essa iniciativa da Câmara Municipal do Recife em realizar esta audiência e se engajar nesse trabalho, é digna de nosso reconhecimento. É preciso criar leis e normas, através do Legislativo, para as escolas públicas trabalharem a educação dos jovens”, disse Josemberg Campos. Ele apresentou slides sobre causas, prevenção e consequências da obesidade nos diversos níveis. “A mortalidade do adulto está ligada a esse problema. As doenças crônicas são todas decorrentes da obesidade, como o diabetes, a hipertensão e o câncer”, afirmou Josemberg. Os países desenvolvidos, segundo ele, estão preocupados com o avanço desse problema de saúde pública, que tende a se agravar ainda mais, complicando o atendimento de saúde da população. “Se a saúde pública é hoje um grave problema, será maior ainda se não houver uma prevenção”.
O endocrinologista Lúcio Vilar fez um alerta: a obesidade entre crianças e adolescentes vem aumentando à medida que se dissemina o hábito de comer em lanchonetes do tipo fast-food. A endocrinologista Nair Cristina disse que o combate ao sobrepeso não pode mais ficar somente no campo das informações. “Requer das autoridades públicas ações eficazes, assim como requer uma mudança no estilo de vida”, disse. O grande foco, em seu entendimento, deve ser a escola, para se atingir um resultado a longo prazo. O vereador Aerto Luna lembrou que existe um projeto de lei tramitando na Câmara Municipal do Recife, o de número 113/2012, de autoria do vereador Almir Fernando (PCdoB), que institui o Programa de Combate à Obesidade e ao Sobrepeso no Recife, com a finalidade de implementar ações eficazes para a reeducação de peso, o combate à obesidade adulta e infantil na população.
Nair Cristina elencou algumas medidas que considera importantes e que podem ser adotadas em um programas nas escolas: escola em tempo integral; atividades físicas diárias nas escolas; supervisão de um educador físico; alimentação saudável na merenda escolar; avaliação médica e odontológica semestral; reuniões multidisciplinares com as famílias dos alunos; trabalho de apoio de agentes comunitários e de assistentes sociais; critérios de avaliação das escolas na avaliação dos resultados dos alunos; divulgação de resultados com premiação; incentivo à adesão do modelo público nas escolas particulares.
Em 17.09.2013, às 13h12.
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