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domingo, 15 de setembro de 2013

MMN Sedução das pirâmides chegou a 18% dos recifenses com mais des 16 anos

Pesquisa do Instituto Maurício de Nassau aponta que mais de 60% das pessoas sabe que o negócio não é sustentável

Publicado em 16/09/2013, às 00h01

Do JC Online

Mais de 18% da população do Recife com 16 anos ou mais investiu em negócios suspeitos de serem pirâmides financeiras. A conclusão é do Instituto de Pesquisas Maurício de Nassau (IPMN), com base em 623 entrevistas com recifenses, seguindo critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Tribunal Regional Eleitoral (TRE). O número dá uma mostra do “poder de sedução” que as promessas de lucros alto e rápido, em geral de 300% ao ano, têm sobre a população (veja arte com os números da pesquisa). Coordenador do trabalho, Djalma Guimarães diz que o número de gente que declarou ter investido nesse tipo de negócio impressiona. “É um percentual muito grande. É como ter 18% da população da cidade nessas empresas”, comenta o economista. Para se ter uma ideia, a população total do Recife é de 1,537 milhão de pessoas, mas esse número inclui todos os menores de 16 anos.
Entre os entrevistados pelo IPMN, 59% disseram ter recebido pelo menos um convite para participar de uma das empresas que operam com o sistema suspeito e 63,7% afirmaram ter consciência de que esse tipo de negócio não é sustentável – ou seja, as pessoas sabem que as empresas vão quebrar. A maioria dos entrevistados ainda demonstrou ter clareza sobre a insustentabilidade do negócio: 57,2% responderam acreditar que essas propostas de investimento na verdade nada mais são que as conhecidas pirâmides financeiras.
O interesse no tema se deve à explosão de pirâmides no Brasil, negócios que se sustentam com a entrada contínua de novos participantes, cada um pagando taxa de adesão diante da promessa de lucro maiores, proporcionais ao investimento e crescente conforme a captação de mais investidores. Pirâmides são crimes contra a economia popular porque, cedo ou tarde, todas elas quebram, gerando prejuízos em média para 70% das pessoas que aderiram a esse tipo de negócio.
Uma força-tarefa do Ministério Público já investiga mais de 100 empresas suspeitas. Quando confrontadas com as acusações de crime financeiro, essas companhias alegam ser na verdade empresas de marketing multinível, que nem é um tipo de negócio e sim um canal de distribuição de produtos. Além disso, na grande maioria das vezes todo o dinheiro da alta rentabilidade tem origem apenas na entrada de novas pessoas.

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