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terça-feira, 10 de setembro de 2013

Vereador pede desculpas à oposição

Vereador pede desculpas à oposição
A vereadora Priscila Krause (DEM), solicitou ao vereador Jayme Asfora (PMDB) que ele pedisse desculpas públicas à oposição pelas declarações que deu a uma rádio local, na qual comparou o comportamento desses parlamentares ao do presidiário-deputado Natan Donadon, cujo mandato foi mantido pela Câmara dos Deputados em votação secreta. O debate na rádio era com o vereador Wanderson Florêncio (PSDB), sobre o projeto de lei do vereador Jayme Asfora que extingue o voto fechado para eleição da mesa diretora, vetos e reuniões secretas.

Priscila Krause argumentou que a ética do debate exige respeito às ideias dos outros. Ela disse que esta Casa se move por pressões plurais e por isso é importante a manutenção do voto secreto para algumas questões. Segundo ela, o colega ao defender suas posições a favor do voto aberto acabou ofendendo a bancada de oposição ao afirmar que a posição da bancada era a mesma de Renan Calheiros, Joaquim Roriz, e Natan Donadon, que está preso e foi mantido deputado, que querem a manutenção do voto secreto. "Foi uma tentativa infeliz de Jayme Asfora de tentar igualar a oposição à escória da política nacional. Todos da oposição não têm uma única nódoa ou mancha. Não é dessa forma que se faz o debate. Tenho aqui 35 adversários políticos, mas não quero iniciar agora uma lista de inimigos. Exijo desculpas públicas do vereador."
Carlos Gueiros (PTB) disse que essa era de fato uma questão de poder versus poder. A posição pelo voto aberto é a de quem não tem convicção do que pensa e representa o pensamento de outros. "Quase todos somos contra o voto aberto nessa Casa para eleição da mesa e vetos, e o vereador com suas declarações está criando arestas. Sinto-me tão ofendido quanto a oposição". 
Antonio Luiz Neto (PTB) avaliou que no século 20 alguns governos tivessem determinados instrumentos que exacerbavam o poder e países sul americanos seguiram os mesmos passos e o poder legislativo perdeu força. Mas, segundo ele, é preciso tomar cuidado com a demagogia e preservar o poder legislativo. "O povo vota secreto para não sofrer pressão"
Michele Collins (PP) revelou que foi vítima do vereador Jayme Asfora em discussões na Comissão de Direitos Humanos, da qual os dois fazem parte. "Ele fala sem pensar e perde o respeito. Por duas vezes ele me ofendeu e pediu desculpas reservadamente, no entanto a ofensa foi pública. "Sou a favor do pedido de desculpas aberto".  
Jayme Asfora iniciou o pedido de desculpas afirmando que o maior pecado do ser humano é o orgulho e o egoismo e agradeceu a Priscila Krause pela oportunidade de poder se retratar. "Falei no calor da emoção e fui infeliz e injusto com os colegas no que disse. Sou a favor do contraditório até porque minha formação é democrática. Estendo o pedido de desculpas à oposição e a todos os colegas, inclusive Michele Collins". 
Vicente André Gomes (PSB) ressaltou que há momentos que ficam marcados na vida pública e este era um deles. "Estava magoado com suas palavras, mas com seu pedido de desculpas receba o respeito da presidência desta Casa". 
Eurico Freire (PV) lembrou que o discurso de Priscila só ratifica o trabalho desenvolvido na Casa e o respeito ao povo.
Henrique Leite (PT) disse que o pedido de desculpas fortalece o debate na Câmara e que talvez tenha exorbitado por um ato falho, mas teve a humildade de se desculpar. Osmar Ricardo (PT) lembrou que Jayme Asfora vem se destacando e às vezes qualquer um pode passar do limite em virtude do desgaste e das pressões. 
Wanderson Florêncio disse que de fato o debate foi quente e se surpreendeu com a reação do colega, mas o pedido de desculpas zerava o assunto. Gilberto Alves (PTN) ressaltou que o pronunciamento de Priscila Krause e a coragem de Jayme Asfora reafirmavam o poder legislativo e que a  emoção não compromete o caráter de cada um. "Aqui é o cenário é dos grandes debates, mas sempre no campo das ideias".
Em 09/09/2013 às 19h38.

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