Trabalho começou pelo Rosarinho, na Zona Norte, e constatou que o lugar tem apenas 320
árvores plantadas nas calçadas
Publicado em 26/03/2015, às 08h25
Da Editoria Cidades
O Espinheiro, onde se localiza a Rua 48, é um dos
bairros contemplados
Foto: Guga Matos/JC Imagem
Ninguém sabe ao certo a quantidade de árvores existentes no Recife. Mas até o fim de 2015, a prefeitura vai descobrir, pelo menos, quantos exemplares há nas calçadas de dez bairros da cidade, escolhidos para compor o Inventário da Arborização Urbana da capital. O levantamento começou em fevereiro último e prevê o diagnóstico da planta (espécie, altura, diâmetro da copa, se está doente ou não, agressões), além de informações sobre o passeio público (largura, presença de fiação).
Com a ferramenta em mãos o município poderá definir planos de arborização e de manutenção dos vegetais, explica a secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Recife, Cida Pedrosa. Ela apresentou o projeto na tarde de quarta-feira (25), em entrevista coletiva na sede da prefeitura, no Cais do Apolo. Árvores que oferecem risco à população e que tiverem indicação de corte serão erradicadas e substituídas.
O inventário beneficia, inicialmente, o Rosarinho, Espinheiro, Torreão, Boa Vista, Soledade, Santo Amaro e Ilha do Leite. A ação custará R$ 175 mil e será financiada pela empresa Exata Engenharia, como compensação ambiental pela aprovação de um projeto às margens de um curso-d’água, informa Cida Pedrosa. A medida faz parte do Programa de Revitalização/Implantação de Áreas Verdes (PRAVs), previsto na Lei Municipal n° 16.243/96.
“A empresa pode escolher entre o plantio ou uma ação de preservação. Nesse caso, a Exata optou por pagar pelo inventário, que é uma ação de preservação”, explica Cida Pedrosa. Numa segunda etapa, o levantamento chegará ao Derby, Graças e Aflitos. “Estamos procurando parceiros”, diz. O município também pretende dividir com a iniciativa privada os custos do tratamento fitossanitário dos vegetais diagnosticado com doenças.
EXPANSÃO - Segundo ela, a intenção da prefeitura é mapear as árvores das calçadas dos 94 bairros do Recife, aos poucos. “Até porque, não termos recursos para atacar os problemas de uma vez só”, pondera. Outros trechos também poderão contar com dinheiro de compensação ambiental. “O inventário é um indicativo de que estamos tratando a questão com seriedade”, afirma o prefeito Geraldo Julio, ao comentar o projeto.
Contratado pela Exata Engenharia para fazer o inventário, Mauro Buarque informa que o trabalho ficará pronto em seis meses. “Vamos percorrer 130 quilômetros nos sete bairros, a meta é fazer dois quilômetros por dia”, diz ele. Piloto do projeto, o Rosarinho, na Zona Norte, já foi mapeado. “Identificamos 320 árvores de 34 espécies diferentes”, revela.
Algumas delas são contraindicadas para arborização urbana, como as palmeiras, adianta Mauro Buarque. “As palmeiras não podem ser podadas e há exemplares sob a rede de alta tensão”, comenta.
O inventário, na verdade, foi inaugurado no início de março, com o mapeamento das árvores do Bairro do Recife, elaborado pelo Instituto Terra Brasil, com recursos do Fundo Municipal do Meio Ambiente. O Recife Antigo tem exatas 564 árvores de 27 espécies distintas
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