QUA, 31/08/2016 - 16:16
ATUALIZADO EM 31/08/2016 - 16:20
Jornal GGN - O senador Aécio Neves anunciou na tarde desta quarta-feira (31) que o PSDB deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal contra a divisão do julgamento do impeachment de Dilma Rousseff (PT), que culminou com a manutenção de seus direitos políticos apesar da perda do mandato.
Segundo Aécio, o agora presidente efetivo Michel Temer (PMDB) afirmou ao senador tucano, numa ligação telefônica, que também ficou "surpreso e estarrecido" com a decisão do Senado de manter a possibilidade de Dilma assumir cargos públicos, inclusive com o apoio público de Renan Calheiros e da maioria do PMDB. Temer se comprometeu a também assinar o recursos que será levado ao Supremo.
Atendendo a um pedido da bancada do PT, o ministro Ricardo Lewandowski, que presidia a sessão do julgamento de Dilma, admitiu o fatiamento da votação. Num primeiro momento, o Senado decidiu, por 61 votos a 20, que a presidente reeleita em 2014 deveria deixar o cargo em função da denúncia de crime de responsabilidade fiscal. Em seguida, os senadores entenderam que apesar da condenação, Dilma não deveria ser inabilitada para funções públicas.
Nos bastidores, a vitória parcial de Dilma foi indigesta para o PSDB. Irritados, os tucanos ameaçaram causar turbulência na base parlamentar de Temer. Somente após essa notícia Temer teria aceitado conversar com Aécio e prometido endossar a ação do PSDB na Justiça.
No entendimento de tucanos, a Constituição prevê que a inabilitação para assumir cargos públicos por oito anos é pena decorrente e atrelada ao afastamento pelo impeachment. Por isso, o fatiamento do julgamento não deveria ter sido autorizado com base no regimento interno do Senado.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB) ainda disparou contra o PT, afirmando que o benefício concedido à Dilma poderá ser estentido a Eduardo Cunha (PMDB), que enfrenta um processo de cassação na Câmara. Lima disse que esse era mais um "acordão Dilma e Cunha".
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