Dois dias depois de ter recebido uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS —dinheiro cujo paradeiro segue desconhecido pela polícia—, o deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) viajou na comitiva oficial de Michel Temer para participar de um evento em São Paulo; interceptações telefônicas feitas com autorização judicial e divulgadas após a deflagração da Operação Patmos mostram que Loures pediu diretamente ao cerimonial da Presidência para fazer parte da comitiva de Temer; ligação com o pedido foi feita uma hora depois da entrega da mala com a propina; em um áudio gravado por Joesley Batista e entregue aos procuradores da República, Loures disse ao empresário que ele seria uma "emissário" de Temer
247 - As provas contra Michel Temer seguem se acumulando.
O deputado federal afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) viajou na comitiva oficial de Michel Temer para participar de um evento em São Paulo dois dias depois de ter recebido uma mala com R$ 500 mil em propina da JBS.
Interceptações telefônicas feitas com autorização judicial e divulgadas após a deflagração da Operação Patmos mostram que Loures pediu diretamente ao cerimonial da Presidência para fazer parte da comitiva de Temer. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto.
As informações são de reportagem de Leandro Prazeres e Flávio Costa no UOL.
A ligação com o pedido foi feita pouco depois da entrega da mala feita por executivo da JBS.
"Rocha Loures e Temer são alvos de um inquérito que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal) que apura a suposta prática de obstrução de Justiça e corrupção passiva. Na semana passada, uma decisão do Supremo afastou Loures de seu mandato como parlamentar.
Loures é suspeito de ter recebido propina da JBS para viabilizar nomeações e operações de interesse da companhia. Temer, por sua vez, é suspeito de ter indicado Loures ao empresário Joesley Batista para que ele intercedesse em favor de Joesley em assuntos de interesse do grupo.
O presidente também é suspeito de ter dado aval a Joesley para que ele pagasse propina ao ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso pela Operação Lava Jato.
(...)
A entrega da mala foi realizada por volta das 18h30 do dia 28 de abril em uma pizzaria de São Paulo. Toda a ação foi filmada por agentes da Polícia Federal que monitoravam a entrega do dinheiro.
Pouco mais de uma hora depois, às 19h40, a PF interceptou uma ligação entre Loures e o cerimonial da Presidência da República.
Na ligação, o deputado afastado confirma sua presença em um voo entre Brasília e São Paulo no qual Temer estaria junto.
A viagem de Loures e Temer aconteceu no dia 30 de abril, dois dias após a entrega da mala.
Os dois partiram de Brasília às 8h15 rumo a São Paulo para participar da inauguração da Casa Japão, uma instituição cultural ligada à comunidade japonesa no Brasil. Ambos partiram de São Paulo às 12h20.
A proximidade entre a entrega da mala e a viagem de Loures e Temer chama a atenção por conta do relacionamento próximo entre os dois.
Em um áudio gravado por Joesley Batista e entregue aos procuradores da República, Loures disse ao empresário que ele seria uma "emissário" do presidente."
Nenhum comentário:
Postar um comentário