Às vésperas do golpe que destituiu e implantou um regime militar no Brasil, o então
presidente João Goulart mantinha popularidade estável, com 47% de aprovação da
população, segundo pesquisa feita entre 9 e 26 de março de 1964
Publicado em 31/03/2014, às 06h00
Às vesperas do golpe que o destituiu e implantou um regime amparado pela opinião pública (como se justifica até hoje), o presidente João Goulart mantinha sua popularidade estável. Segundo uma pesquisa realizada pelo Ibope entre 9 e 26 de março, Jango era o prefeiro de 47% da população, se houvesse possibilidade de reeleição. Declararam que não votaria no presidente 46% dos entrevistados. Mas, como não havia reeleição, o Ibope perguntou sobre os potenciais candidatos.
O ex-presidente Juscelino Kubitschek era o mais cotado, com 28% das intenções de voto. Em seguida, Carlos Lacerda, governador da Guanabara e inimigo de Jango, com 22%, e o ex-ministro da Fazenda Carvalho Pinto (12%). O pernambucano Miguel Arraes, governador de Pernambuco aparecia com 8%.
Outros resultados da pesquisa: a inflação (40%) era o maior problema da época; a reforma agrária era considerada necessária por 72%; o Partido Comunista era repelido por 76%, contra 14% favoráveis; 60% queriam a desapropriação de terras às margens de açudes, ferrovias e rodovias federais.
A pesquisa apontava ainda 19% dos brasileiros apoiando a esquerda (Leonel Brizola e Arraes) como a via prefencial para o País, contra 23% que preferiam a direita (Lacerda e Adhemar de Barros). A maioria (45%) preferia o centro, representado na época por Juscelino e Magalhães Pinto.
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