TRT da 6ª Região determinou que trabalhadores voltem imediatamente aos trabalhos.
Mais cedo, passeata pelo Centro terminou com sujeira nas ruas e confusão
Publicado em 28/03/2014, às 19h29
Do JC Online
Categoria cumprirá decisão judicial
Diego Nigro/JC Imagem
Após uma manhã de reivindicações, o Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana receberam, na tarde de ontem, a notificação de que o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT/PE) decretou uma decisão liminar que considera a ilegalidade do movimento grevista dos garis. A determinação intima o retorno imediato dos trabalhadores aos postos de trabalho, sob pena de pagamento de multa diária, pelo sindicato, no valor de R$ 800 mil. A decisão do TRT/PE foi feita a pedido da Vital Engenharia Ambiental – responsável por 80% da coleta regular, varrição, capinação, pintura de meio-fio, lavagem e desinfecção.
"Será cumprida a decisão judicial, mas continuaremos a acompanhar os trabalhadores”, informou o assessor jurídico do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio e Conservação de Pernambuco, Francisco Fragoso. Durante a passeata que realizaram ontem, os garis anunciaram a greve por tempo indeterminado e pediram reajuste do piso salarial, do auxílio-refeição e o fornecimento de protetor solar. O protesto foi ao som do frevo Vassourinhas.
“Desde a segunda-feira, a prefeitura está atenta a essa questão, que compete à Vital intervir. Esperamos que ambas as partes cheguem a um consenso”, disse o prefeito do Recife, Geraldo Julio. A Vital informou que, com a decisão do TRT-PE, o trabalho de limpeza urbana foi retomado ainda ontem à noite. A intenção é normalizar o serviço neste fim de semana. E a Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana do Recife (Emlurb) alegou que, para manter os trabalhos de coleta até a regularização, utilizará 62 caminhões e 148 trabalhadores remanejados de outros serviços do órgão.
A greve foi decidida na última quinta-feira. Ontem, 16 ônibus saíram de vários pontos da cidade com os trabalhadores rumo à Avenida Guararapes, no Centro. Lá, juntaram-se a um trio elétrico e um boneco gigante. Depois, marcharam rumo à prefeitura. Pelo caminho, sacos de lixos foram rasgados e resíduos espalhados pela pista. Os líderes do sindicato pediam que os garis fossem buscar os companheiros que estavam em outras ruas, o gerou conflito. Na frente da Igreja do Carmo, um grupo de garis que cumpria a rotina de varrição foi cercado. As carrocinhas foram viradas no rio, e eles precisaram da ajuda da Polícia Militar.
Quando chegaram à Avenida Cais do Apolo, pararam em frente ao prédio do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), onde foi levantada uma barreira. Do outro lado, a Polícia Militar, o Batalhão de Choque, a Guarda Municipal do Recife e guardas da Brigada Ambiental protegiam o acesso à sede da prefeitura. “Só queríamos conversar. Não precisava desse bloqueio”, falou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Limpeza Urbana, Rinaldo Lima. “Queremos o que o piso seja de R$ 800. Hoje é R$ 720. O auxílio-refeição, que hoje é de R$ 300, queremos que suba para R$ 350 e que a hora extra seja de 100%.”
O secretário de Governo da PCR, Sileno Guedes, foi ao trio para falar com o grupo. “O prefeito vai acompanhar as negociações”, disse. Saiu vaiado e xingado pelos trabalhadores. A passeata acabou no Marco Zero, com os garis de mãos dadas.
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Garis fazem protesto no Recife e travam o trânsito na cidade
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