Economista explica as medidas impopulares adotadas por Aécio, caso ele seja eleito
14 de abril de 2014 08:28
Por Redação
Escolhido pelo senador Aécio Neves (PSDB-MG) como futuro ministro da Fazenda – caso o mineiro seja eleito – Armínio Fraga tratou de explicar quais seriam as “medidas impopulares” que seriam tomadas.
“O salário mínimo está muito alto”, afirmou o economista. Segundo ele, isso “engessaria o mercado de trabalho”. Ou seja, na visão de Fraga a valorização do salário prejudica a economia, pois faz com que as pessoas tenham acesso a mais produtos.
Não por acaso, Fraga é autor de uma medida extrema enquanto foi presidente do Banco Central no governo Fernando Henrique Cardoso: a alta dos juros para 45%. Ele defendeu o senador mineiro. ” O custo de tomar as medidas por ventura impopulares é muito menor do que o de não tomar. As pessoas têm de cair na real”.
Em entrevista a TV Estadão, o economista aproveitou para criticar a aproximação do governo federal com lideranças socialistas. “Essa estranha predileção por regimes autoritários como Cuba e outros regimes exóticos não tem trazido nenhum benefício ao Brasil. O país não precisa ter diálogos com a Venezuela, por exemplo”.
A fala de Fraga versa com a opinião de Aécio, que nessa semana foi contundente em afirmar que, se presidente, acabará com o bloco econômico Mercosul, onde o Brasil é líder.
Sobre o modelo econômico ideal para resgatar um novo país, Fraga traz à memória a ideologia mais famosa do PSDB. ”Em vários casos, pode caber privatização. A agenda da infraestrutura é muito ampla – inclui portos, aeroportos, ferrovias, rodovias, energia, telecomunicações, saneamento. Inclui praticamente tudo da nossa infraestrutura”.
O “arrocho econômico”, tão falado pelos tucanos, também ganha uma conotação explosiva na entrevista de Fraga, principalmente no que diz respeito ao fim do bolsa família. Tático, ele não responde se o aperto fiscal atingiria o programa, mas deixa claro que há uma discussão sobre como o dinheiro designado ao social está sendo aplicado.
“É uma carência no debate: para onde vai o dinheiro? Qual o impacto distributivo de tudo isso? É um ótimo tema para encarar de frente”.
Sobre as possíveis reformas adotados pelo governo do PSDB, Fraga timidamente elogiou o modelo petista ao afirmar que a reforma trabalhista não é urgente tal como a tributária. “O Brasil, bem ou mal, está com o desemprego baixo. Talvez não seja um tema tão urgente quanto o da reforma tributária”.
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