Na visita ao Estado, presidente Dilma Rousseff disse que está investindo R$ 1 bilhão
em Suape, mas as obras indicadas estão paralisadas
Publicado em 16/04/2014, às 06h19hs
Foto: Hélia Scheppa/JC Imagem
Está parado o “R$ 1 bilhão em investimentos” no Complexo de Suape propalado pela presidente Dilma Rousseff (PT) em palanque no Estado na última segunda-feira (14). No governo estadual se lamenta que os projetos listados para receber a verba teriam até “andado para trás”. Uma das obras é a dragagem do canal externo de Suape, orçada em R$ 340 milhões e paralisada desde maio de 2013, após ter atingido 90% de execução. Ela é fundamental para a operação da Refinaria Abreu e Lima, cuja primeira metade começa a rodar em novembro deste ano. Além da dragagem, as licitações de dois terminais, o de Múltiplos Usos e o segundo para movimentação de contêineres (Tecon 2), também foram afetadas. Os dois terminais somam R$ 790 milhões em aportes públicos.
O caso mais emblemático é o da dragagem do canal externo. Em março do ano passado, quando Dilma esteve em Serra Talhada, no Sertão, anunciou um aditivo no convênio para tirar definitivamente a obra do papel. Dois meses depois, autorizou remanejamento de recursos no Orçamento da União para abrir espaço para o aumento na contrapartida federal, que passou a ser de R$ 98,5 milhões. Porém, ainda naquele mês, a Secretaria Especial de Portos (SEP) suspendeu os repasses após questionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU). Após sinal verde, SEP e Suape discordaram na avaliação do que, de fato, restava a ser feito na obra.
A Van Oord, empresa holandesa contratada para o serviço, já retirou seus equipamentos de Suape e está com uma fatura em aberto no valor de R$ 120 milhões. O que resta ser feito da dragagem é a parte mais difícil e cara. Nos bastidores, cogita-se que mais aditivos não resolverão o problema. Seria necessário uma nova licitação.
Já os dois terminais, que possuíam projetos prontos, elaborados pela equipe de Suape, sofreram um retrocesso. Com a adoção de um novo marco regulatório para os portos do Brasil e a centralização das licitações em Brasília, os investimentos entraram numa lista de espera e estão sem previsão oficial de acontecerem. Procurado, o secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo de Suape, Márcio Stefanni, informou que continua “dialogando e colaborando” com a SEP. A Secretaria, questionada pela reportagem, não se posicionou até o fechamento desta edição.
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