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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Armando Monteiro protesta por Senado não votar medida que beneficiaria polo gesseiro de Pernambuco 30 de maio, 2013

Em discurso na tribuna do Senado, senador Armando Monteiro (PTB-PE)
Em discurso no plenário, o relator da MP 601 lamentou que setores importantes da economia, como o polo gesseiro de Pernambuco, deixaram de ser beneficiados
O senador Armando Monteiro (PTB-PE) lamentou a não apreciação pelo Senado da Medida Provisória (MP) 601/2012, que desonera a folha de pagamento de diferentes segmentos da economia, dentre os quais a construção civil, o comércio varejista, e o setor gesseiro. A iniciativa partiu do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) que manteve a decisão de não apreciar medidas provisórias que chegam ao Senado com prazo menor do que 7 dias.
Durante manifestação no plenário, Armando se mostrou inconformado com o processo que, fez questão de ressaltar, penalizará setores fundamentais para o desenvolvimento da economia nacional.
“Eu me indago: lá fora, no mundo real, os atores econômicos, as pessoas que estão envolvidas hoje com as atividades, o que é que eles haverão de indagar sobre essas disfuncionalidades do processo legislativo?”, disse Armando, lembrando que com a decisão medidas de grande impacto econômico perdem a validade. Ele citou como exemplo o bônus do setor exportador, o Reintegra, que está na MP 601 e que é fundamental para a exportação das manufaturas brasileiras.
Armando manifestou a frustração de quem, como relator da MP 601, trabalhou intensamente na construção de um relatório negociado com o Governo Federal, num processo de interlocução permanente, respeitando os limites de responsabilidade fiscal. Em sua opinião, o modelo atual de exame desestimula os parlamentares a produzirem bons relatórios sobre os temas tratados nas MPs, devido à possibilidade de perda de eficácia pela não apreciação em tempo hábil.
Para o senador pernambucano, ao assumir o compromisso com o prazo de sete dias para apreciar as MP’s, Renan Calheiros não deveria incluir na regra as medidas que já haviam ingressado na Casa. Armando lembrou que, antes de ir a plenário, a MP 601 havia sido examinada em uma Comissão Mista, com o relatório produzido por ele e aprovado por unanimidade.
Setor gesseiro prejudicado – A medida relatada por Armando traria inúmeros benefícios ao setor produtivo brasileiro com a desoneração da folha de pagamento, diminuindo o custo da mão de obra e estimulando a geração de empregos. Inicialmente, a MP 601 beneficiava apenas a construção civil e o comércio varejista. A partir da iniciativa de Armando Monteiro, outros segmentos foram incluídos no projeto. Dentre eles, o setor gesseiro, que em Pernambuco gera mais de 83 mil empregos, diretos e indiretos. O Estado é o maior produtor de gesso do País.
Ainda em seu pronunciamento no Senado, Armando apontou como um paradoxo o fato da MP-601 ter sido desconsiderada justamente no dia em que o senado realizou sessão especial para marcar a passagem do Dia da Indústria, comemorado no último dia 25 de maio. Alguns dos setores que deixaram de ser beneficiados com a não apreciação da MP foram os de comércio varejista de artigos ópticos, produtos farmacêuticos, atividades de montagem e desmontagem indústria, setor gráfico, segurança privada, agências de publicidade e setor de computadores portáteis (notebooks).
Com a decisão de manter a exigência de prazo mínimo, o Senado também deixou de apreciar ontem a MP 605 /2013, que permitiria a redução da conta de energia.

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