Por Rodrigo Passos
Da Folha de Pernambuco
Da Folha de Pernambuco
A imagem era das mais incomuns. Passar na frente das agências da Caixa Econômica Federal (CEF) no último final de semana causava estranhamento pela quantidade de pessoas que estavam fazendo filas quilométricas. O boato de que o pagamento do Programa Bolsa Família seria extinto causou o pânico e o desespero, principalmente para os beneficiários nas Regiões Norte e Nordeste. Pelo boato, o responsável poderá responder por lesão corporal, provocar tumulto, falso alarme e dano ao patrimônio. Se por brincadeira ou maldade, as consequências serão passíveis de punição.
Somente no final de semana, 920 mil saques foram realizados em todo País, em um total de R$ 152 milhões retirados, segundo dados informados pela organização financeira. No desespero, muitas pessoas ficaram impacientes. Este estado de espírito se transformou em atitudes agressivas com o passar dos minutos nas agências. Longas filas de espera, pessoas passando mal e desmaiando, brigas, terminais de autoatendimento destruídos e muito tumulto.
Atualmente, o programa Bolsa Família contempla 13,8 milhões de famílias, nos seus nove anos de atuação e, por isso, a mentira implantada tomou proporções nacionais. Boatos podem trazer várias conseqüências e, neste caso, várias foram as situações que poderão enquadrar o responsável por esta atitude.
De acordo com o assessor de comunicação da Polícia Federal, Giovani Santoro, o boato passa a ser criminoso dependendo da motivação e das consequências. “Muitas vezes, as pessoas passam uma informação adiante em virtude de desconhecer a real situação ou influenciado por terceiros, mas que não tinha a intenção de prejudicar ninguém”, afirmou. O assessor ressaltou a importância de buscar a veracidade dos fatos antes de repassar qualquer informação que desconhece.
A Polícia Federal (PF), no Distrito Federal, já iniciou um inquérito para apurar a origem do boato. Neste caso específico, algumas das vítimas do boato poderiam perder a paciência e se indispor com alguém, por conta do tumulto e aglomeração de pessoas.
De “boca em boca”, várias confusões e brigas foram registradas nas agências da CEF e também nas casas lotéricas espalhadas pelo Brasil. A Caixa chegou a antecipar o recebimento da parcela referente ao mês de maio, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome oficialmente desmentiu a extinção do programa.
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