Publicado por , em 26.05.2013 às 09:01m
Uma das principais marcas da gestão do PT na Prefeitura do Recife foi ter erradicado para quase zero o número de mortes durante o período de chuva. Fato que o ex-prefeito João Paulo (PT) se orgulha e propaga até os dias de hoje. Até então, as últimas gestões Jarbas Vasconcelos (1993-1997) e Roberto Magalhães (1997-2001) pouco fizeram nessa área.
O discurso do seu sucessor, o também petista e inimigo político João da Costa, seguiu pelo mesmo caminho até as primeiras fortes chuvas começarem a cair no seu governo. Mais uma vez, a população assistia impotente barreiras soterrando casas e pessoas.
Nas famosas coletivas de imprensas após esses episódios, os discursos dos prefeitos e secretários continuavam os mesmos: “No passado, o número de mortes era bem maior” ou “Vamos reforçar a limpeza e desobstrução de canais e valas.”
Cansada dessas desculpas e da falta de compromisso dos gestores, a população – principal prejudicada – começou a questionar, reclamar e reivindicar o cumprimento das promessas de campanhas através dos meios de comunicação, principalmente das redes sociais.
Quem sentiu na pele e tem propriedade para falar desse assunto é o ex-prefeito João Costa. O petista viu sua provável candidatura a reeleição ir por água abaixo por inúmeras razões, entre elas, as questões de chuvas e alagamentos.
O estopim aconteceu quando o petista seguiu com toda sua família para um período de descanso na Espanha. Enquanto relaxava, o Recife se acabava de chuva e mais pessoas ainda morriam por conta dos desabamentos. Ali, estava decretado o fim político de João da Costa à frente da PCR.
A VEZ DE GERALDO
Dois anos depois, o atual prefeito Geraldo Julio (PSB) viveu situação semelhante. Enquanto o Recife acordava embaixo de uma verdadeira tromba d’água, Geraldo participava de uma visita oficial a um projeto de mobilidade urbana no Rio de Janeiro.
Dois anos depois, o atual prefeito Geraldo Julio (PSB) viveu situação semelhante. Enquanto o Recife acordava embaixo de uma verdadeira tromba d’água, Geraldo participava de uma visita oficial a um projeto de mobilidade urbana no Rio de Janeiro.
Oficialmente, o socialista, segundo sua assessoria de Imprensa, não teria agenda pública naquela sexta-feira (17) que parou o Recife. Ora, acompanhar de perto projetos que futuramente poderão ser implantados na cidade não seria agenda pública?
Assim que desembarcou no Aeroporto, Geraldo Julio não quis ir para casa descansar. “Arregaçou as mangas” e caiu em campo. Acompanhou algumas famílias que foram levadas para abrigos municipais e os trabalhos de limpeza das galerias e canaletas.
Na primeira entrevista que deu, “comemorou” o rápido escoamento da água. “Três horas depois que a chuva encerrou, a cidade estava seca, com exceção de um ou dois pontos. Mas a cidade secou porque as galerias e os canais foram limpos nestes pouco mais de quatro meses de governo”, garantiu o prefeito Geraldo Julio. Como de praxe, após esse episódio, a PCR anunciou inúmeros projetos para evitar transtornos futuros.
Independente desse blá blá blá o fato é que a imagem política de Geraldo Júlio saiu arranhada. Sua gestão, que até então, ostentava apenas resultados positivos, amargou uma sequela impresumível.
Por sinal, naquela mesma semana, dois outros polêmicos assuntos – rodízio de veículos e a disciplina do acesso às informações públicas com restrições às informações sigilosas no âmbito do Poder Executivo Municipal – estremeceram a “sólida e tranquila” gestão Geraldo Julio. Quem está na chuva, companheiro, precisa se molhar!
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