Vestido de roupa preta colada, bota de salto, acessórios brilhantes da cabeça aos braços, Ney Matogrosso subiu ao palco do Teatro Guararapes neste sábado (25) para o show da turnê Atendo aos Sinais. Aos 71 anos, o cantor mostrou que ainda é o mesmo Ney performático, de voz forte e com uma capacidade incrível de manter o público conectado a ele, mesmo sem interagir muito com a plateia. A primeira música da noite foi Rua da Passagem de Lenine e Arnaldo Antunes.
O repertório, por sinal, fugiu do obvio, dos clássicos. No show, o artista jogou luzes para uma nova geração de compositores como Criolo ("Freguês da Meia-noite"), Vitor Ramil ("A Ilusão da Casa" e "Astronauta Lírico"), a dupla Rafael Rocha e o belo-horizontino Alberto Continentino ("Samba do Blackberry"). Ainda que tenha cantado canções de autores já conhecidos do grande público como Caetano Veloso, Itamar Assunção, Paulinho da Viola e Pedro Luís, a única de sucesso raiofônico foi "Vida Louca Vida", de Lobão.
Performático como sempre, Ney mostrou a mesma vitalidade da época da extinta Secos e Molhados. Não interagiu com seu público com palavras, arrebatava com o olhar e com o jogo de corpo no palco. O único momento mais próximo das pessoas foi quando resolveu sentar-se na escada para cantar Beijo de Imã. Com o refrão que dizia repetidamente beije-me, o público não se conteve e foi pra cima do cantor. Também trouxe o figurino exuberante, marca registrada dele. Começou de preto mas, no palco mesmo, no meio do show, trocou de roupa e trajou- se de branco e prata. No fim, foi aplaudido de pé. Para o bis, trouxe música da Secos e Molhados e a música Poema, de Cazuza.
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