Ato integra programa Espaço Livre, que prevê destroçar 59 aeronaves e liberar espaços em aeroportos
Publicado em 07/09/2013, às 10h30
Do JC Online
Começou ontem o desmonte de dois aviões da Vasp que estavam parados há oito anos no pátio do Aeroporto Internacional do Recife. O ato marca a retomada do programa Espaço Livre, iniciado em 2011, para livrar 11 aeroportos de 59 aeronaves ociosas de empresas falidas. Os dois aviões devem ser completamente destroçados em cerca de 10 dias. No dia 20 de setembro, a sucata entrará no leilão eletrônico para depois, no dia 30, ocorrer o leilão presencial. A expectativa é arrecadar, pelo menos, R$ 60 mil por aeronave.
Com o desmonte, serão liberados 2.500 m² de área, que serão destinados a um pátio de aviação para a Copa do Mundo. O espaço receberá aviões particulares. As obras ainda não têm início e custo previsto.
Os próximos aeroportos a receberem o programa Espaço Livre são os de Salvador e Brasília. O dinheiro captado com os leilões será destinado ao pagamento dos credores da massa falida da companhia, com privilégio para os trabalhadores. As aeronaves não traziam prejuízo ao aeroporto. Com a cessão do espaço para táxi aéreo, agora terá lucro por meio da tarifa de permanência.
A assinatura da OS contou com a presença dos ministros Moreira Franco (Aviação Civil) e Francisco Falcão (Conselho Nacional de Justiça - CNJ), além do presidente da Infraero, Gustavo do Vale. “Também reiniciaremos as obras nos aeroportos”, diz Moreira Franco. As primeiras obras retomadas serão as dos aeroportos de Goiânia e Vitória, para depois ocorrerem em outras 18 bases.
A Vasp já chegou a ter 27 aeronaves ociosas. Depois de outros desmontes, restaram 19, contando com as do Recife. Uma delas, a de São Luiz, ainda espera parecer da Agência Nacional de Aviação Civil para entrar no cronograma de desmontes. Outra, no aeroporto de Confins (MG), tem valor histórico por ser a que mais transportou passageiros pela companhia. “Essa deve ser vendida inteira e deve virar um ambiente comercial”, explica a juíza auxiliar do Conselho Nacional de Justiça, Mariella Nogueira.
Por estarem no mesmo lugar há tanto tempo, os dois aviões da Vasp compunham o cenário daquela área. São dois boeings, modelos 727-200 e 737-200. O primeiro era usado para transportar carga e o outro, passageiros. “Fui eu quem estacionou estas aeronaves nesse local há oito anos. Acho uma pena porque criei meus filhos dentro desse tipo de avião”, diz o chefe de base da Avianca, José Dilomar Dill. Ele trabalhou na Vasp durante 29 anos.
“Os leilões que ocorreram antes não deram quase ninguém. Quem pagou pela sucata, pagou R$ 14 mil ou R$ 15 mil. Simplesmente isso não ressarce os credores”, complementa Gilmar Dória, ex-gerente de turno da Vasp.
Entre os interessados nas aeronaves está a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), que deseja comprar as aeronaves para afundá-las em Suape e criar um parque marinho. “Queríamos as aeronaves inteiras. Enviamos um ofício ao síndico da massa falida no início de agosto. Ontem (anteontem) recebemos uma negativa”, diz o secretário de Meio Ambiente, Sérgio Xavier.
“As aeronaves passaram muito tempo paradas sem que ninguém quisesse comprá-las. Precisamos uniformizar o processo de venda e optou-se pelo desmonte. Além disso, elas estavam infestadas por fungos e ratos”, responde Mariella Nogueira.
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