Publicação: 15/09/2013 09:00
O carinho pela figura materna empurra as recordações de Vó para os distantes anos 1920, 1930 e 1940 em Olinda. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press |
Idade provoca confusão na cabeça dessa mulher de Garanhuns, como atesta a carteira de identidade. Mas na gangorra de suas memórias, Garanhuns cede canto para Jaqueira, na Mata Sul. “Sou de Jaqueira do Pirangi”, fala. E repete. O Pirangi de suas lembranças é um rio caudaloso. Jaqueira, por sua vez, é lugar pequeno. Diminuto de tal forma que, ao nascer Maria José, era um povoado acanhado. A diferença de idade entre os dois é de um ano. Jaqueira surgiu em 1904. Vó veio depois. Parida filha única de Joventina Lucinda dos Santos e João Francisco da Silva em 2 de maio de 1905.
Se Jaqueira é mesmo a terra natural de Vó, não se sabe. Todos que ocuparam espaços em sua vida de criança e jovem desapareceram. Ninguém restou. A mãe e os dois filhos de Maria José, que teriam sido “os amores de mãe Joventina”, morreram há décadas. O pai João “partiu” antes. Devem estar ao lado de Nossa Senhora no céu, acredita. O céu é lugar de santidade para a senhora de 108. Lá, completa, “tem duas santas: a mãe de Jesus e a minha mãe”.
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