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domingo, 12 de abril de 2015

Didática » Aos 63 anos, professora encanta alunos da rede municipal de Olinda com fantasias

No mês em que se comemora o Dia da Educação, o Diario homenageia, por meio da história de Rosa, os professores que fazem a diferença no ensino público

Publicação: 12/04/2015 10:00 

Rosa Fonseca entrou na faculdade de pedagogia aos 47 anos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press (Paulo Paiva/DP/D.A.Press)

Rosa Fonseca entrou na faculdade de


 pedagogia aos 47 anos. Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press
Branca de neve, lobo mau, formiga, princesa e Luiz Gonzaga. Todos esses personagens já visitaram a Creche Escola Bartolomeu Aroucha, no bairro de Jardim Atlântico, Olinda. Pelo menos é o que acreditam os alunos da professora Rosa Fonseca, 63 anos. Durante as aulas, a educadora encarna esses papéis, vestindo fantasias confeccionadas manualmente. Para estimular a imaginação das crianças, a professora assume diferentes facetas e leva encantamento aos estudantes da educação infantil da rede municipal de Olinda.

No mês em que se comemora o Dia da Educação, celebrado mundialmente no dia 28, o Diario homenageia, por meio da história de Rosa, os professores que fazem a diferença no ensino público adotando estratégias pedagógicas diferenciadas. 

Aos 18 anos, Rosa Fonseca concluiu o antigo magistério. Mesmo com o diploma que a autorizava a dar aulas, não conseguiu exercer a profissão. “Estávamos nos anos 1970 e meu pai não permitiam que as filhas mulheres trabalhassem. Apenas meus irmãos podiam ter um ofício”, conta a 13ª filha de um casal de militar e dona de casa. “No ano seguinte, aos 19, casei e tive três filhos. Até o crescimento deles, me dediquei integralmente a família, mas sem esquecer o sonho de ser professora”, recorda.

Com 47 anos, fez a prova de vestibular em pedagogia escondida do marido. Formou-se em 2003 e, aos 55 anos, passou num concurso para ser professora da rede municipal de Olinda. “Sei que comecei tarde na carreira, mas me esforço diariamente para ser a melhor professora que posso, mesmo diante dos desafios da educação pública. Mesmo sem o vigor da juventude, escuto todos os dias de meus alunos que sou linda. Esse é o meu estímulo para continuar”, ressalta Rosa, que terminou o mestrado em psicanálise em educação no ano passado.
A fantasia da princesa Anna, do filme Frozen, está entre as mais pedidas pelos estudantes.Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press (Paulo Paiva/DP/D.A.Press)


A fantasia da princesa Anna, do filme


 Frozen, está entre as mais pedidas pelos estudantes.

Foto: Paulo Paiva/DP/D.A.Press
O trabalho da professora já foi reconhecido em três edições do Prêmio Anita Paes Barreto, entregue anualmente pela Prefeitura de Olinda. Pedaços do esforço da professora podem ser encontrados por toda a escola. No pátio, árvores confeccionadas pela educadora com material reciclável funciona como estante de livros. Na sala de aula, fantasias de príncipe, princesa compradas por ela ficam à disposição dos estudantes. 

Livros gigantes e até os cenários para as encenações que faz para os alunos têm o toque pessoal da professora. “Se um vizinho joga papelão no lixo, trato de pegar para transformar em material para as aulas”, revela. “Quero que essas crianças tenham uma infância de magia, aprendendo por meio da ludicidade, como tem que ser com estudantes da educação infantil”, completa.   

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