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terça-feira, 17 de maio de 2016

Greve acabou, mas dificuldades não

Metrô volta a funcionar neste terça. No entanto, paralisações frequentes expõem dificuldade orçamentária


Tue May 17 06:00:00 BRT 2016 - Gabriel Dias e Luiz Filipe Freire, da Folha de Pernambuco

Arthur Mota
Impasse sobre o reajuste salarial prossegue. Se não for ajuizado, paralisação pode recomeçar
Após uma segunda-feira em que só funcionou nos horários de pico, o metrô do Recife volta atender ao público normalmente nesta terça (17) - das 5h às 23h. Em assembleia, os servidores decidiram suspender a greve iniciada na madrugada da segunda (16). Embora o movimento tenha tido motivações salariais, expôs novamente as dificuldades financeiras vividas pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) nos sistemas em que opera em todo o País. Limitações que, no caso do Recife, se estendem a investimentos em segurança e manutenção e ameaçam, inclusive, o cancelamento da operação aos fins de semana.

A situação foi abordada pelo superintendente da CBTU, Clélio Corrêa Lima, em entrevista à Folha de Pernambuco e publicada no Portal FolhaPE. Ele citou a redução de R$ 82 milhões para R$ 51,9 milhões no orçamento de 2016. “Se não houver uma recomposição, a redução da prestação de serviço vai ser bem mais severa que somente no sábado e domingo”, alertou. Também lamentou atrasos no repasse da verba do VEM na integração metrô-ônibus. Segundo o Grande Recife Consórcio, a dívida vem sendo negociada para pagamento parcelado. Já foram regularizados os repasses quinzenais. 

Para o promotor de Transportes da Capital, Humberto Graça, a situação exige um posicionamento claro do Governo Federal. “O sistema vem sendo asfixiado, desmantelado. Faltam peças de manutenção, reposição. É preciso que o Ministério das Cidades, as forças políticas, todos se posicionem. Não falamos nem de expansão ou melhoria, mas do funcionamento básico e seguro do sistema”, declara. O professor de Engenharia Civil da UFPE e especialista no tema Fernando Jordão endossa a importância do modal. “Se o usuário troca o metrô por um ônibus, além de pagar uma tarifa 57% mais cara, não tem o mesmo conforto nem rapidez”, diz.

Acordo
Houve consenso sobre dois itens da pauta de reivindicações. O vale-cultura não será mais concedido, mas o vale-alimentação será elevado de 28 para 30 tíquetes. Já no lugar de toalhas higienizadas para trabalhadores da manutenção, que lidam com produtos químicos, serão disponibilizadas quatro toalhas individuais, sendo duas por semestre. O impasse acerca do reajuste salarial é o que prossegue. Se a questão não for ajui­zada até sexta-feira, conforme o Sindmetro, a greve po­de ser reiniciada na próxima segunda. A categoria pede a reposição da inflação (9,28%). 

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