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sábado, 7 de maio de 2016

INVASÃO Famílias invadem terreno do antigo clube do Bandepe, no Recife

Centenas de famílias que pediam moradia digna invadiram o terreno onde funcionava o clube do Bandepe, na madrugada de ontem
Publicado em 07/05/2016, às 07h15
Às 16h, o Batalhão de Choque da Polícia Militar começou o despejo dos invasores / Ricardo B. Labastier / JC Imagem
Às 16h, o Batalhão de Choque da Polícia Militar começou o 

despejo dos invasores

Ricardo B. Labastier / JC Imagem

Da Editoria de Cidades


A carência habitacional e a falta de dignidade de moradia levaram centenas de famílias a invadir, na madrugada de ontem (6), o terreno onde funcionava o antigo clube do Banco Estadual de Pernambuco (Bandepe), na Estrada de Belém, no bairro de Campo Grande, Zona Norte do Recife, abandonado há mais de 10 anos. A ocupação durou 12 horas antes de o Batalhão de Choque da Polícia Militar (BPChoque) usar força para retirar os invasores. 

Por volta das 4 horas as primeiras famílias chegaram ao local e montaram acampamento, vindas de diversos bairros da Região Metropolitana do Recife. A grande maioria vinha da Ilha do Joaneiro, no mesmo bairro do local da invasão; outros eram moradores da Favela do Plástico, destruída há um ano por um incêndio, também no bairro de Campo Grande. Desde então, esses moradores vivem de auxílio-moradia que, segundo eles, não é suficiente para pagar o valor de um aluguel. 


A costureira Edineide Lima, 38, é mãe de três filhos e vive de aluguel há 5 anos na Ilha do Joaneiro. “ A gente vê um terreno tão bom como esse abandonado e vazio, enquanto tanta gente precisa de um lugar para morar”, reclama. Os invasores afirmam que o local serve como ponto de venda de drogas, prostituição e criadouro do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chicungunha. 

A manicure Ana Carla de Lacerda, 39, mora no Bairro do Arruda, na Zona Norte da capital, com o marido e o filho. Segundo ela, o aluguel custa 600 reais e não sobra nada para as outras despesas.
 “Eu faço unha, cabelo, me viro como posso para ter o que comer”

, desabafa. Para a manicure, a ocupação é legal. “Se esse terreno é do governo e a gente não tem casa, é nosso direito ocupar. A gente paga imposto pra isso”, defende. 

Durante a manhã e o início da tarde, três batalhões da Polícia Militar (PM) tentaram negociar com os invasores, sem sucesso. Às 16 horas, quando o terreno já estava ocupado há 12 horas e alguns barracos já estavam com a construção bastante avançada,
 o Batalhão de Choque chegou ao local. Com bombas de efeito moral e balas de borracha, os policiais retiraram os morador que ofereciam resistência. Alguns ocupantes 

responderam ao ataque atirando pedras nos PMs; um outro grupo mais pacífico caminhou até a Companhia Estadual de habitação e Obras (Cehab), localizada a poucas quadras do local da invasão, para cobrar um posicionamento das autoridades. A Estrada de Belém foi fechada durante a ação, deixando o trânsito bastante congestionado no local. 

Integrante do Batalhão de Choque, o coronel Ricardo informou que o batalhão foi acionado pelo subcomandante geral da PM. Procurada, a Polícia Militar não informou quem teria ordenado a retirada dos invasores do local. 

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