Governo de Damasco confirma a retirada de suas tropas e a evacuação de 80% da população
Os terroristas dos Estado Islâmico reconquistaram a histórica cidade de Palmira, oito meses depois de terem sido expulsos do histórico enclave sírio, famoso por suas ruínas greco-romanas. Apesar dos intensos bombardeios aéreos que atingiram os combatentes jihadistas, estes conseguiram retomar “totalmente” o controle da “cidade de Palmira, seu aeroporto, sua área arqueológica e sua cidadela” histórica, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. O Governo de Damasco confirmou que suas tropas se retiraram da cidade e que evacuaram 80% de seus habitantes, informou a Reuters.
Os soldados sírios se retiraram na segunda-feira da cidade diante do avanço dos combatentes do EI, segundo o Observatório, que indicou que nos combates morreram pelo menos 120 membros das tropas leais ao Governo de Damasco. Os terroristas emitiram um comunicado pela Internet no qual anunciaram a conquista de Palmira, que segundo os jihadistas “volta a estar sob a sharia”, a lei islâmica.
A agência oficial de notícias síria (SANA) informou que o EI entrou em Palmira depois de violentos combates com as forças governamentais no final do domingo, depois de negar a informação ao longo do dia. A agência afirmou que as forças armadas sírias “defenderam a cidade corajosamente quando um grande número de terroristas que superava os 4.000 atacou de várias direções”.
As forças governamentais sírias evacuaram 80% da população de Tadmur, vizinha à antiga cidade de Palmira, de acordo com informações do governador da província de Homs, Talal Barazi, através de um comunicado: “80% dos habitantes de Palmira foram evacuados, estamos preocupados pelos que continuam lá”, diz o comunicado divulgado pela agência RIA Novosti. A população recente da cidade chegava a 30.000 pessoas.
Palmira, um dos seis lugares da Síria declarados Patrimônio Mundial pela UNESCO, caiu em poder do Estado Islâmico emMAIO de 2015. Em 27 de março de 2016, entretanto, o exército sírio, com apoio de grupos locais, reconquistou o enclave da província de Homs.
Além da importância de seu patrimônio cultural – grande parte do qual foi destruído pelo Exército Islâmico durante os dez meses em que controlou a região antes de sua expulsão em março –, Palmira é um ponto estratégico de grande importância no centro da Síria por sua proximidade da base aérea T4, conhecida como A Fortaleza, a maior do Exército sírio e fundamental na operação de apoio das forças russas ao regime de Damasco.
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