26 de dezembro de 2016
A presidente afastada Dilma Rousseff concedeu entrevista à TV Telesur, da Venezuela. Dilma criticou o desmonte da Petrobras executado por Pedro Parente e fez críticas ao governo Temer, sobretudo às reformas propostas, como a trabalhista e a previdenciária.
“Nós estamos assistindo a ampliação da desigualdade, com a adoção de algumas medidas que são extremamente controversas. Por exemplo, hoje estão apresentando um pacote que simplesmente diminui as garantias que ao longo dos últimos 50 anos lutaram os trabalhadores brasileiros”, afirmou Dilma, sobre o projeto de lei enviado por Michel Temer ao Congresso, que flexibiliza as leis trabalhistas.
Sobre Michel Temer, ela foi categórica: “Ele não tem uma política própria. Ele apenas respalda a política do PSDB. O grupo político dele está sendo desmantelado com as investigações de corrupção. Seis ministros dele pediram demissão por conta de corrupção. Ele mesmo está sendo investigado”, lembrou. “Ele se queixava de ser um vice-presidente decorativo. Ele passou de vice-presidente decorativo para presidente decorativo”, acrescentou.
Questionada sobre a pesquisa Datafolha que aponta liderança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as eleições presidenciais de 2018, Dilma disse que o dado é “significativo”. “Mesmo com essa bateria de notícias negativas, tratando o presidente Lula como um inimigo, a população o identifica como o melhor candidato que se pode ter”, afirmou.
A presidente deposta voltou a apontar as eleições diretas como única saída para a crise. “O Brasil só vai se recuperar desta crise se houver eleições diretas para presidente. Porque só a eleição direta pode repactuar o País”, afirmou.
Questionada sobre o novo governo, Dilma analisou a reforma trabalhista proposta por Temer e concluiu: “Penso que existe uma força na sociedade brasileira para lutar contra essas medidas que lhe tiram direitos”.
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