9 de dezembro de 2016 - 12h45
Em mais de seis meses de governo, Michel Temer fez na surdina sua primeira viagem ao Nordeste e se deparou com o que temia: protesto. Apesar de um forte aparato de segurança, a passagem de Temer por Caruaru, em Pernambuco, nesta sexta-feira (9), foi marcada por manifestações e atos contra o governo golpista.
Beto Barata/PR
Temer fugiu do Nordeste como o diabo foge da cruz. Viajou para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina. Foi também para os Estados Unidos, China, Índia, Japão, Argentina e Paraguai, mas fugia do Nordeste.Numa agenda relâmpago, Temer foi para Surubim e em Floresta, em Pernambuco, e, à tarde, em Fortaleza, no Ceará. A parada de apenas 15 minutos na cidade foi suficiente para Temer ouvir o rechaço das ruas. Temer se limitou ao Aeroporto Oscar Laranjeiras para trocar o avião presidencial por um helicóptero e partiu para o município de Surubim.
Os homens do Exército, da Polícia Federal, Militar, Rodoviária Federal, além de guardas e agentes de trânsito municipais, não intimidaram os manifestantes, que ocuparam a avenida que leva ao aeroporto empunhando cartazes e faixas contra a PEC 55, que congela os investimentos públicos por 20 anos, e a reforma da Previdência propostas pelo governo Temer.
“Viemos protestar contra o governo ilegítimo de Temer e as medidas que ele vem tomando. Entre outras coisas, somos contra a PEC 55, a reforma da Previdência e contra a reforma do Ensino Médio”, disse Júnior Oliveira, 25, representante da União da Juventude Socialista (UJS).
Temer nem chegou a sair do aeroporto. Chegou pela manhã e nem entrou na sede administrativa do aeroporto. Foi recebido ali mesmo pelo governador Paulo Câmara (PSB) e outras autoridades. Caminhou alguns metros pela pista até embarcar em um dos dois helicópteros que aguardavam no local.
Até mesmo quem não foi para o protesto expressou insatisfação com o governo golpista. “Vim ver o presidente por curiosidade. Não gosto muito de política, mas ele está meio derrubado com essa história de reforma da Previdência Social”, disse a técnica em enfermagem Glória Mendonça, em entrevista ao Estadão.
Do Portal Vermelho, com informações de agências
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