88 crianças que viviam em instituições de acolhimento no DF conseguiram um lar
postado em 23/01/2018 16:08
Em 2017, 88 crianças e adolescentes que moravam em abrigos do Distrito Federal conseguiram um novo lar. O número é o maior já registrado pela Vara da Infância e da Juventude (VIJ-DF), superando o total de 77 do ano de 2016. Dessas adoções, 82 foram para brasileiros e seis para famílias de outros países. Na avaliação da VIJ, cresceu a abertura de interessados em adotar crianças mais velhas e com irmãos, mas o perfil ainda continua sendo o que mais encontra dificuldades de conseguir um novo lar.
A mudança no hábito se deve, principalmente, à inclusão dos candidatos em cursos de preparação psicossocial na VIJ-DF, onde os grupos participam de atividades que buscam reduzir as exigências referentes à criança pretendida, afastando-se do chamado perfil clássico: recém-nascido, branco, saudável e sem irmãos.
Os dados de 2017 revelam que houve uma sensibilização das famílias para vivenciar adoções de grupos de irmãos, inter-raciais e tardias. Foram adotados 9 grupos de 2 irmãos e 4 grupos de 3 irmãos no Distrito Federal. Do total de 82 crianças, 39 eram morenas claras, 17 morenas escuras, 17 brancas e 9 negras. Em relação à faixa etária, 35 dos adotados tinham de 4 a 11 anos. Também foi realizada a adoção de dois adolescentes, um menino e uma menina. Porém, a maioria continuou sendo de crianças de 0 a 3 anos de idade, com 45 adoções.
Nas adoções internacionais, a VIJ-DF percebeu uma maior abertura para perfis fora do clássico. Das seis realizadas em 2017, cinco envolveram crianças com irmãos. Foi concretizada a adoção de uma criança de 3 anos, uma de 6, uma de 8 e duas de 10, além de um adolescente de 12 anos.
Cinco famílias a cada criança
No DF, há cinco famílias na fila para cada criança a ser adotada. O processo não é dos mais simples. Inclui entrega de documentação, avaliações psicológicas e entrevistas e pode levar anos. No Brasil, dos inscritos no Cadastro Nacional, apenas 49,9% aceitam adotar uma criança negra. Apenas 32,8% aceitariam levar irmãos para casa. E apenas 4% diriam sim a adotar uma criança com o vírus HIV. Nos abrigos brasilienses, o perfil mais comum é o de crianças acima de 12 anos. São 59, cerca de 38% e, para elas, apenas 0,19% das famílias diria sim.
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