Eduardo só se posicionará sobre a sucessão estadual em 2014, mas o prazo de Bezerra Coelho para decidir seu futuro partidário é o fim de setembro
Publicação: 08/06/2013 16:00
Com reduto eleitoral concentrado em Petrolina e municípios da região, Bezerra Coelho não tem uma base política formada por deputados (federais e estaduais), prefeitos e lideranças políticas, que poderiam acompanhá-lo na migração e garantir apoio numa disputa em 2014. A exceção é o filho dele, o deputado federal Fernando Bezerra Filho (PSB) que, no ano passado, não conseguiu se eleger prefeito de Petrolina, sendo derrotado pelo peemedebista Júlio Lóssio, reeleito para o cargo.
Bezerra Coelho e Eduardo Campos negam saída do ministro do PSB. Foto: Ricardo Fernandes/DP/D.A Press |
No exercício da função, o ministro tem visitado estados do Nordeste para anunciar ações de convivência com a seca e liberado muitos recursos para obras. "A atuação dele tem sido muito boa", frisou um socialista em reserva. A mesma fonte fez questão de pontuar, no entanto, que o ministro também vem cometendo alguns deslizes no campo político.
Afirmou, por exemplo, que Bezerra Coelho "errou" ao declarar publicamente apoio à reeleição da presidente Dilma Rousseff, apesar de ser integrante do governo dela. "Em seus discursos em cidades do Nordeste, inclusive, está dizendo que quem não apoia Dilma é contra o Nordeste", criticou outro socialista.
A postura do ministro em defender a manutenção da aliança PT/PSB também não estaria agradando ao núcleo forte do PSB, que trabalha para consolidar a candidatura de Eduardo Campos a presidente da República. Um projeto, aliás, que Bezerra Coelho já demonstrou ser contra. Na opinião dele, o assunto precisa ser melhor discutido nas bases do partido.
Tem quem diga também que ele estaria indo na contramão do que pensa Eduardo Campos ao antecipar suas articulações para eleição do próximo ano. "O governador já disse que só vai discutir 2014 em 2014. Ele tem dito que não vai resolver a vida dele agora, imagine a de Fernando", comentou um governista.
Articulações para migração de Bezerra Coelho teriam influência de Dilma Rousseff. Foto: Annaclarice Almeida/DP/D.A Press |
A migração de Bezerra Coelho, segundo comentários, contaria com o apoio da presidente e do ex-presidente Lula (PT), com a intenção de lançar o ministro candidato a governador de Pernambuco e assim montar um palanque para petista no estado. Uma história, portanto, que ainda vai render alguns capítulos. Um jogo de paciência, movido por um enredo que vai decepcionar alguns e surpreender outros.
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