Promotor reúne informações para entrar, nos próximos dias, com ação para fechar locais perigosos
Publicado em 30/07/2013, às 10h45
Da editoria de Cidades
Barco Sinuelo, que realiza monitoramento de tubarões, retorna nesta quarta-feira
Foto: Guga Matos/JC Imagem
O Ministério Público de Pernambuco abriu um inquérito e entrará nos próximos dias com ação civil pública contra o governo estadual, para tentar conseguir na Justiça o fechamento de praias nos trechos mais perigosos. A medida ocorre após a morte da turista paulista Bruna Gobbi, 18 anos, atacada por um tubarão, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, há uma semana.
“Temos um inquérito aberto. Estamos ouvindo órgãos, entidades, ONGs, analisando perícias e projetos de segurança já existentes e logo teremos dados técnicos suficientes para iniciar a ação”, afirmou o promotor Ricardo Coelho, que acumula quatro promotorias, entre as quais Cidadania e Meio Ambiente.
A afirmação foi feita assim que ele soube de documento enviado ontem pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) em resposta à recomendação expedida no dia 23 pelo MPPE. Segundo o Cemit, “foi decidido por unanimidade que as recomendações formuladas deixam a desejar quanto ao embasamento técnico, são de difícil operacionalidade, têm eficácia contestável e causam considerável impacto ambiental”. Além disso, o comitê convidou o promotor para participar de uma reunião para conhecer os resultados que o Cemit vem obtendo ao longo dos últimos nove anos de pesquisa.
Coelho se mostrou disposto a aceitar o convite da entidade e ressaltou que o objetivo das instituições é o mesmo. “Claro que me proponho a participar. Também o Cemit será convidado a depor no inquérito em andamento”, declarou. “No entanto, é preciso deixar claro que não existe nenhuma contraposição de interesses. O Cemit julga que os trabalhos educativo e de pesquisa já desempenhados são suficientes. Nós achamos que é preciso mais”, explicou. Para ele, é importante levar o governo a investir mais no enfrentamento do problema: “Nós queremos forçar o Estado a tomar outras providências. Telas, boias repelentes, mais pesquisas e ação publicitária mais ostensiva, qualquer coisas para combater um número tão expressivo quanto este de 59 ataques”.
Enquanto isso, o barco de pesquisa Sinuelo volta amanhã da primeira expedição realizada após sete meses parado. Até ontem, a embarcação não havia realizado nenhuma captura.
Já em Vila Maria, Zona Norte de São Paulo, amigos de Bruna Gobbi realizaram na noite de ontem uma missa em homenagem à estudante na Paróquia Nossa Senhora da Candelária.
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