Uma máquina chamada FWD fará raio-X do sistema viário e apontará a melhor forma de realizar manutenção
Publicado em 31/07/2013, às 06h04
João Carvalho
jcarvalho2112@gmail.com
Há dois meses o trânsito na Rua Floriano Peixoto, região central do Recife, tem piorado a cada dia. Quem circula pelo local diz que o congestionamento aumentou depois de um buraco que começou a crescer e hoje toma conta de quase todo o trecho em frente à saída de ônibus da Estação Central. O tamanho assusta. Para reduzir esse problema e tantos outros provocados pelos buracos espalhados em várias vias, a Prefeitura do Recife (PCR) resolveu investir em tecnologia de ponta, através do Sistema de Gerenciamento de Pavimentos. Uma máquina chamada FWD vai fazer um raio-X do sistema viário e apontar como os técnicos devem agir na manutenção. A partir daí, eles poderão saber os melhores elementos a serem utilizados em cada ponto.
A promessa da prefeitura é que no primeiro semestre de 2014 as obras não precisarão mais de reforços constantes, como acontece hoje em dia. Enquanto os novos métodos não são colocados em prática, a Empresa de Manutenção do Recife (Emlurb) vai continuar fazendo trabalhos pontuais e paralelos evitando mais imperfeições. Basta uma volta pela cidade para notar como cresceram, principalmente nesta época de chuva.
“Sempre passo pela Floriano Peixoto para ir trabalhar. Hoje (terça-feira) meu carro caiu ali na abertura porque a chuva camuflou uma parte dele”, disse o jornalista Israel Leal.
Outros corredores importantes da cidade passam pelo mesmo problema. Na Avenida Norte, por exemplo, um buraco antigo atormenta motoristas na esquina da Rua 48 com a Carneiro Vilela, no bairro do Espinheiro. Além disso, a placa de concreto ao lado também apresenta rachaduras na estrutura.
Na Rua do Riachuelo, por trás da Faculdade de Direito,também no Centro, o que era uma pequena fissura cresceu e hoje atrapalha muito quem percorre a via. “Já vi um acidente sério”, contou o comerciante Gilberto Feliciano da Silva, há dez anos trabalhando nas proximidades.
“O motorista parou por conta do buraco e o que vinha atrás não teve tempo de frear. Bateu forte no da frente”, lembrou. “Já vieram aqui para consertar, mas abriu de novo.”
Na Zona Oeste uma das placas de concreto da Avenida Caxangá, em frente à Igreja do Cordeiro, virou motivo de piada para quem passa no local. “Há dois anos é assim e ninguém faz nada. Começou a crescer e hoje parece o mapa da Lua, um conjunto de crateras num único lugar”, brincou um frentista de um posto de combustível que preferiu não se identificar.
Ruas de Casa Amarela, na Zona Norte, também sofrem. A Conselheiro Nabuco ganhou mais buracos desde a chegada do inverno.
O engenheiro Maurício Pina, professor do Centro de Tecnologia e Geociências da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) percebeu alguns problemas para tantas manutenções, sem solução definitiva em algumas aberturas e fissuras.
“Podemos apontar alguns. Drenagem é um deles”, citou. O professor observou que alguns pontos da cidade fica abaixo do nível do mar. “Com a chuva e a maré alta, muitos desses locais ficam alagados, danificando a pavimentação, um problema constante.”
Além da drenagem, Maurício Pina cita a qualidade do material usado e as falhas de construção durante as obras entre as dificuldades para uma pavimentação segura.
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