A Ilustríssima colonista da Fel-lha publicou, na quarta-feira 17/I, nota que não provocou qualquer alvoroço, mas que expõe o que está por trás do candidato-não-candidato Luciano Huck:
O Agora!, movimento de renovação (sic) política que tem o apresentador Luciano Huck como principal garoto-propaganda, apresentou uma lista de compromissos (sic) aos dois partidos com os quais mantém conversas para se associar: o PPS e a Rede.
INDEPENDENTES
Pelos termos que estão sendo discutidos, o grupo deixa claro que não oferecerá nem pedirá exclusividade das siglas com as quais vier a fechar algum acordo. A negociação envolverá, por exemplo, a filiação de membros que queiram disputar a eleição. O Agora! tanto se reserva o direito de se relacionar com outros partidos quanto deixa os parceiros livres para o diálogo com outros movimentos.
Pelos termos que estão sendo discutidos, o grupo deixa claro que não oferecerá nem pedirá exclusividade das siglas com as quais vier a fechar algum acordo. A negociação envolverá, por exemplo, a filiação de membros que queiram disputar a eleição. O Agora! tanto se reserva o direito de se relacionar com outros partidos quanto deixa os parceiros livres para o diálogo com outros movimentos.
TROMBONE
Na carta entregue às legendas, a organização estabelece que “os partidos assegurarão aos membros do Agora! que se filiarem voz e voto nas decisões políticas, em todas as instâncias”.
Na carta entregue às legendas, a organização estabelece que “os partidos assegurarão aos membros do Agora! que se filiarem voz e voto nas decisões políticas, em todas as instâncias”.
TRÂNSITO LIVRE
Hoje a tendência no grupo é estabelecer parceria com mais de um partido, o que, entretanto, não impedirá participantes de entrarem em siglas externas às alianças.
Hoje a tendência no grupo é estabelecer parceria com mais de um partido, o que, entretanto, não impedirá participantes de entrarem em siglas externas às alianças.
(…)
O site do tal movimento Agora! tenta – sem muito sucesso – explicar para que ele serve:
O grupo já trabalha em um conjunto de propostas – políticas públicas baseadas em evidências (sic)-, que abrange 11 áreas, como educação, saúde, cidades humanas e emprego e empreendedorismo. Todas com o foco na melhoria (sic) da qualidade de vida dos brasileiros.
O movimento quer renovar (sic) a política a partir do engajamento dos cidadãos comuns (sic). Sua missão é conjugar na política o verbo ‘servir’ no sentido correto – ‘ser útil’, ‘ajudar’, ‘zelar pelo bem-estar’ – e no tempo que a situação exige (este trecho deve ter sido escrito pelo FHC…).
Entre os membros listados como ativos no movimento, três apresentam ligações com o milionário João Paulo Lemann, o homem mais rico do Brasil – aquele que, como mostrou o Conversa Afiada, apoia o não-candidato Huck:
– Flávia Goulart Pereira, co-fundadora do Agora!, foi diretora da Fundação Lemann;
(ela diz que o Brasil precisa “reformar o Estado”…)
– Juliana Cardoso, cria da Lemann Fellow;
– Marcos Carrer da Silveira, apresentado como “talento da educação da Fundação Lemann”
Mas, qual é efetivamente a relação entre Lemann e Huck?
Em abril de 2015, num luxuoso apartamento da Avenida Vieira Souto, no Rio, Huck e Lemann participaram de uma reunião em companhia do Príncipe da Privataria, de George Soros, Olavo de Carvalho, Carlos Jereissati e outras figuras igualmente distintas.
Huck pode ser o perfeito candidato a laranja do capital estrangeiro.
(Até aqui, ele é o candidato que não é candidato).
Em novembro do ano passado, chegou a se reunir com o ex-Ministro do STF Joaquim Barbosa, a quem considerava um “ministeriável” (sabe-se lá de que pasta…)
Ainda no final do ano passado, surgiu a informação de que ele, Huck, recebia pesquisas mensais de intenção de voto para avaliar a sua viabilidade eleitoral.
Como seu nome – surpresa! – não decolou, ele disse, ainda em 2017, que não concorreria.
Mas não convenceu ninguém.
No início deste ano, participou – como candidato – de um Domingão do Faustão pensado justamente para atirar-lhe confetes.
(Sobre isso, não deixe de ouvir a palpitante Rádio Navalha “O que Huck foi fazer no Faustão?”)
A entrevista – se é que se pode chamar de entrevista – foi interpretada pelo PT como uma clara propaganda política, e o partido decidiu acionar a Justiça por abuso de poder econômico.
Mesmo depois de negar sua intenção de concorrer à Presidência, Huck recebeu o apoio de Lemann – segundo o detrito sólido de maré baixa, “um dos maiores entusiastas de sua candidatura”.
Com tudo isso, e depois de ler a colona da Ilustríssima, um atento amigo navegante do C Af pergunta:
Isso não configura financiamento empresarial? Logo, não seria isso proibido pela lei?
Quem financia o Agora!?
Como dizem o professor Luiz Gonzaga Belluzzo e Gabriel Galípolo em “Manda quem pode, obedece quem tem prejuízo”:
No prefácio do livro de Greg Palast, Billionaires and Ballot Bandits (Bilionários e os Bandidos do Voto), Robert Kennedy Junior desmoraliza a decisão de 2010 da Suprema Corte Americana que permitiu o financiamento ilimitado das campanhas eleitorais por empresas, grandes, médias ou pequenas. O expediente utilizado para disfarçar o maciço financiamento empresarial foi a criação dos Super PACs (supercomitês de ação política). O supercomitê não pode fazer contribuições a candidatos ou partidos, mas pode pagar propagandas a favor ou contra causas defendidas pelos candidatos. A hipocrisia, dizia La Rochefoucauld, é a homenagem que o vício presta à virtude.
O filho de Bob Kennedy não se perde em divagações:
Os senadores e congressistas que as empresas financiam e elegem não são representantes do povo (…) Eles representam os compadres da indústria de petróleo, os gigantes do setor farmacêutico e os banksters de Wall Street. Todos empenhados na tomadas hostil (hostile takeover) do governo.
Não se pode esquecer, também, de que o Golpe contra a Presidenta Dilma Rousseff tem as digitais de Jorge Paulo Lemann. O domínio do site do movimento “Vem pra Rua”, um dos principais organizadores das manifestações golpistas, foi comprado pela Fundação Estudar, que pertence a Lemann.
No fim de 2014, o site foi excluído e o movimento criou outro endereço online.
Qual será o próximo passo do não-candidato mais candidato que existe?
CONVERSA AFIADA
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