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domingo, 9 de junho de 2013

RUMO A 2014 A "valsa" silenciosa de João Lyra no rumo do Palácio

Vice-governador mantém discrição mas se movimenta muito, no bastidor, para conquistar a preferência na corrida da sucessão


João Lyra Neto trabalha em silêncio seu projeto eleitoral de 2014 / JC Imagem

João Lyra Neto trabalha em silêncio seu projeto eleitoral de 2014

JC Imagem

Ao longo de quase sete anos de mandato exercido até aqui, a atuação de João Lyra Neto (PDT) no cargo de vice-governador foi marcada pela discrição. Fiel ao governador Eduardo Campos (PSB), nunca causou problemas de ordem política ao socialista e cumpriu, sem pestanejar, missões delegadas por ele.
A mais complicada delas foi em 2008, quando acumulou a vice-governadoria com o comando da secretaria de Saúde, estratégica para qualquer gestão. Agora, a um ano e meio da eleição, Lyra se utiliza de seu perfil discreto para cacifar condições políticas que o façam receber a indicação do “chefe” para sucedê-lo.
Começou anunciando, no mês passado, a migração – ainda não oficializada – para o PSB, de onde, desde o início, aposta-se que irá sair o candidato oficial de Eduardo. Tem feito questão de ressaltar, no entanto, que sua mudança partidária não está relacionada à disputa pelo governo do Estado.
A decisão teria sido tomada em julho do ano passado, após novas desavenças com o presidente estadual do PDT e atual prefeito de Caruaru, terra natal de Lyra, José Queiroz. Na época, a ideia da troca teria recebido o sinal verde do próprio governador, mas teria sido deixada para mais adiante para não atrapalhar as eleições municipais.
Hoje, Eduardo tem procurado manter distância do assunto, ao menos publicamente. Não quer melindrar sua relação política com Queiroz e tampouco alimentar a “ciumeira” que a movimentação de Lyra já causa nas trincheiras do PSB, onde há, pelo menos nos bastidores, seis aspirantes à vaga a ser deixada por Eduardo (Tadeu Alencar, Geraldo Julio, Paulo Câmara, Antônio Figueira, Fernando Bezerra Coelho e Milton Coelho). Interlocutores de Eduardo já avisaram, em reserva, que a ida do pedetista para o partido não o coloca na primeira posição da fila para disputar o governo.
Do seu lado, Lyra já declarou que a troca de legenda não está vinculada a suas pretensões eleitorais. Conforme já afirmou, trata-se de uma movimentação para fortalecer a candidatura de Eduardo à presidência da República. A versão é de que seu ingresso no ninho socialista, a despeito de já ter sido anunciado diversas vezes, só não foi oficializado ainda para evitar abalos precoces na relação do governador com o PDT local e nacional.
Enquanto isso, Lyra tem conversado com lideranças do governo e da oposição. Quer abrir frentes. Mostrar-se capaz de dialogar e unir um barco de alianças complexo e difuso. Desde o início do ano até o momento, já sentou com Joaquim Francisco (PSB), os deputados federais João Paulo (PT) e Sérgio Guerra (PSDB), o senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB) e Armando Monteiro (PTB). O encontro mais recente foi com o sociólogo e marqueteiro político, Antônio Lavareda. A todos, tem expressado seu desejo de concorrer ao comando do Executivo estadual.
Em suas movimentações, pesa a ausência do irmão, o ex-ministro da Justiça, Fernando Lyra, que faleceu em fevereiro deste ano. Fernando teve papel decisivo na construção da candidatura do próprio Eduardo, em 2006, e na articulação que levou João Lyra a ocupar a vaga de vice na chapa do socialista.
Lyra, porém, guarda trunfos em relação aos concorrentes internos. Estará à frente da máquina estadual, a partir de abril do próximo ano. Isso porque a tendência é que Eduardo se desincompatibilize do cargo para disputar um mandato, seja de presidente, deputado federal ou senador. Por ocupar posto de vice, Lyra tem ainda a “liberdade natural” de movimentar-se com desenvoltura e declarar, expressamente, seus anseios eleitorais, ao contrário dos demais que precisam aguardar, em silêncio, a decisão do governador.

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