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sábado, 8 de junho de 2013

Tráfico de órgãos » Israelense Gedalya Tauber é preso em Roma

Polícia Federal de Pernambuco já solicitou a extradição do acusado, que aliciava vítimas no Recife e estava foragido

Publicação: 07/06/2013 19:33 Atualização: 08/06/2013 01:29

Gedalya Tauber teve seu grupo desarticulado em 2003, mas e estava foragido. Foto: Alejandro Zambrana/Esp.DP/D.A Pr
Gedalya Tauber teve seu grupo desarticulado em 2003, mas e estava foragido. Foto: Alejandro Zambrana/Esp.DP/D.A Pr
No dia 23 de setembro de 2012, o israelense Gedalya Tauber, de 77 anos, estaria livre da sua condenação por ter chefiado o esquema internacional que foi responsável por aliciar pessoas no Recife para venderem seus rins na África do Sul. A organização criminosa foi desarticulada pela Operação Bisturi da Polícia Federal, em dezembro de 2003. Gedalya, autorizado pela Justiça, deixou o Brasil em janeiro de 2009 e deveria retornar em 30 dias. Não voltou. Mas nessa quinta-feira (07), o poderoso chegão do tráfico de órgãos foi preso em Roma, Itália. A Polícia Federal de Pernambuco já comunicou ao Tribunal de Justiça a detenção e solicitou a extradição para que o israelense responda pelos crimes no estado.

Diario de Pernambuco denunciou o caso com exclusividade em 2011 e revelou os detalhes da atuação da quadrilha, bem como a situação das vítimas. O israelense teria aliciado cerca de 30 pernambucanos.

O acusado, ex-oficial do Exército israelense, Gedalya Tauber,  foi preso no Aeroporto de Fiumicino, mas somente nesta sexta (07) a polícia divulgou a informação.

Fuga
Tauber estava em liberdade condicional quando conseguiu o benefício. Como não retornou no prazo previsto, teve o livramento condicional revogado e a prisão decretada em 29 de outubro de 2010 pelo juiz Abner Apolinário da Silva. Desde então, estava sendo procurado em todo o mundo, inclusive pela Interpol. Não fosse a fuga de Gedalya, o episódio que teve grande destaque na imprensa internacional seria apenas mais um registro no submundo do tráfico de órgãos. Depois de ser preso pela primeira vez, Gedalya passou por várias unidades prisionais até ir parar na Penitenciária Agro-industrial São João, em Itamaracá, em março de 2007, quando obteve a progressão de regime para o semiaberto. Em dezembro do mesmo ano, conseguiu a liberdade condicional, o que o obrigava a se apresentar à Justiça uma vez no mês. Inicialmente condenado a uma pena de 11 anos e nove meses, Gedalya conseguiu a comutação (redução) da pena em novembro de 2008 para oito anos e nove meses. Ele estaria respondendo pelos crimes de remoção e venda de órgãos e formação de quadrilha.

O alvará de autorização de viagem do israelense foi assinado pelo juiz Adeildo Nunes, em 16 de janeiro de 2009. O documento determinava que um oficial de Justiça fosse com Gedalya até o Aeroporto Internacional do Recife-Guararapes/Gilberto Freyre e o embarcasse no voo 0154 da TAP Portugal, às 19h15 no dia 20 de janeiro de 2009 para a cidade de Lisboa. O destino final seria a cidade de Tel Aviv, em Israel, com escala em Frankfurt, na Alemanha. O israelense Gedalya, que era major da reserva do Exército do país dele, era considerado o “homem do dinheiro” da organização criminosa. Segundo a Polícia Federal, na época da investigação, Gedalya costumava vir ao Brasil, em média, de dois em dois meses, onde se hospedava no Recife para recrutar os vendedores dos órgãos.

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