Em todo o Estado, 114 municípios estão na lista de áreas prioritárias do programa por apresentarem carência de médicos
Publicado em 23/07/2013, às 09h21
Da editoria de Cidades
Foto: Bobby Fabisak/JC Imagem
Cerca de 40 dos 185 prefeitos pernambucanos são a favor de ampliar a presença de médicos em regiões carentes, sobretudo no do interior do Estado, mesmo que os profissionais sejam estrangeiros, como propõe o programa Mais Médicos, do governo federal. Com a intenção de ganhar novas adesões, o secretário de Gestão do Trabalho e Educação em Saúde do Ministério da Saúde, Mozart Salles, se reuniu ontem com prefeitos e secretários municipais e estadual de Saúde para discutir a iniciativa.
Em todo o Estado, 114 municípios estão na lista de áreas prioritárias do programa por apresentarem carência de médicos. As inscrições se encerram depois de amanhã e a meta é chegar a 100 adesões, segundo o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota.
De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil apresenta uma média de 1,8 médico para cada mil brasileiros. O índice é menor do que o de países vizinhos, como Argentina e Uruguai, que têm 3,2 e 3,7 médicos a cada mil habitantes, respectivamente.
Em Pernambuco, a desigualdade é ainda mais crítica. A pesquisa Demografia Médica no Brasil (2013), do Conselho Federal de Medicina, aponta que o Recife tem 6,27 médicos para cada mil recifenses. A proporção é maior do que a de países desenvolvidos, como a Alemanha, que tem 3,6 médicos para cada mil alemães. Mas tirando a capital, a média desses profissionais no Estado é de 0,58 médico para cada mil pernambucanos.
Lançado pela presidente na semana passada, o Mais Médicos oferece uma bolsa de R$ 10 mil a profissionais que aceitem assumir cargos com dedicação exclusiva em localidades de difícil acesso.
Com apenas cinco das nove equipes médicas que deveria ter em atividade, Cumaru, no Agreste, é um dos municípios que vai aderir ao programa. Mas o prefeito, Eduardo Tabosa, faz ressalvas. “Hoje, eu tenho R$ 9 mil para pagar salários de cada equipe de saúde. Eu precisaria de, pelo menos, R$ 25 mil para oferecer o serviço que me comprometo a prestar quando assino o termo de adesão ao Mais Médicos. O Ministério da Saúde vai me oferecer R$ 14 mil. Há uma melhora em relação ao que eu tinha antes, mas continua havendo um déficit”, comentou.
Em protesto contra o programa do governo federal, médicos das redes pública e privada de saúde paralisam o atendimento hoje. De acordo com o presidente do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe), Mário Jorge Lôbo, apenas os serviços de emergência, urgência, quimioterapia, radioterapia, hemoterapia e hemodiálise serão mantidos. “O Mais Médicos é uma medida paliativa que não vai alcançar a solicitação do povo nem suprir a necessidade da saúde no País”, opinou.
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