ABRIL PRO ROCK Festival APR, ainda alternativo apesar destes anos todo

Progamação vai do setentão Renato Barro à Cena Beto

Publicado em 20/03/2014, às 06h00

José Teles

teles@jc.com.br

A Cena Beto, mais nova movimentação musical no Recife, adentra em conjunto o palco do Abril pro Rock, na sexta-feira, como Orquestra Betodélica; a banda indie lo-fi de primeira hora, Sebadoh estreia também no festival, uma das cinco atrações internacionais do evento em sua 22ª edição: Uma grade sem nomes bombásticos: “Depois do Carnaval, depois de tudo que rola no Recife é difícil montar uma programação. Já o pessoal dos anos 80 e anos 90, depois do festival de Verão, que foi misturando Calcinha Preta Forró com Nando Reis, pode acontecer de não ter público. Então preferimos continuar com o processo de abrir espaço para a renovação, para gente nova”, explica Paulo André, ressaltando que este ano o APR está com 80% de atrações que nunca tocaram no festival”.

Quem estreia no APR, mas não pode ser considerado exatamente um novato, é Renato Barros, líder da banda mais famosa da Jovem Guarda, a Renato e seus Blue Caps. Aos 70 anos, o cantor e guitarrista carioca se apresenta acompanhado dos conterrâneos da Autoramas: “Podia ser o Autoramas com BNegão, eles fizeram shows juntos, ou mesmo um show da banda. Mas com Renato Barros será um show original, que pode atrair gerações diferentes., comenta Paulo André.

Outra atração especial do festival, é o ReiGinaldo, que reune dez pernambucanos e a paulista Tulipa Ruiz em torno da música de Reginaldo Rossi. Paulo André acena (mas não confirma) para a possibilidade deste tributo a Rossi ser registrado e virar DVD.

É um tributo ao cantor, falecido no ano passado, mas é igualmente tributo um tributo. O álbum ReiGinaldo, o tributo a Reginaldo Rossi lançado em 1999, com os nomes de destaque da época: “Com este show a gente quer lembrar o CD, que dificilmente será relançado. Então convidamos artistas que participaram do disco, alguns hoje estão caros para trazer e só cantar uma música, e uma galera da nova cena. Tulipa entrou no lugar de Karina que estava sem data na agenda”. Tulipa Ruiz além de cantar no tributo volta a fazer show no APR (ela cantou no festival em 2011).

Um APR de muitos pernambucanos, e mais uma vez trazendo aos holofotes parte de uma cena, melhor dizendo, uma turma, que vem se firmando na cidade, a Cena Beto. Uma trinca de nomes forma a orquestra, Aninha Martins, Juvenil Silva e Graxa,com um repertório que une à música da CB com suas influências, Lula Côrtes e Ave Sangria.

 “Conversando com Gutie em Porto Alegre a gente comentava que o que rolou no Recife este foi a Cena Beto, achamos que o pessoal deveria ser convidado pro Rec-Beat e também para o APR, mas com uma história diferente”. Johnny Hooker que ano passado se destacou no cinema, é uma das atrações locais da sexta, com o caruaruense Jonathan Richard, já conhecido do Garanhuns Jazz Festival: “Ouvi o disco do cara, que toca rock-a-billy, e convidei, seguindo uma tradição do festival de abrir espaço para músicos do interior. Por fim, mas não menos importante, a Trummer SSA faz sua estreia no Recife. O grupo é formado por Fábio Trummer (Eddie) e Luca Bori (baixo) e Dieguito Reis (bateria), da banda baiana Vivendo do Ócio. O grupo lançou Super sub américa, o primeiro álbum, em formato digital, no mês passado, está lançado o disco físico ainda este mês.

PESADO

Não se sabe bem a relação que pode haver entre o ensolarado estado americano da Flórida e o death metal, umas das vertentes mais radicais do metal pesado. Mas há. E de lá vem a principal atração do sábado do Abril pro Rock, tradicionalmente dedicado à turma da camiseta preta, a Obituary. grupo com 30 anos de estrada, e um dos mais importante do gênero. Também do death metal é a Kataklism, banda canadense. Do death para o thrash da Havock, banda com dez anos de carreira. A quarta banda gringa da noite é a Conquest for Death, grupo punk rock e hardcore. 

Vestindo a camisa verde e amarela alguns nomes consagrados, como a Mukeka de Rato (ES), que chega ao APR pela terceira vez (a última foi em 2008), a mineira Chakal conterrânea e contemporânea do Sepultura na mesma trilha do thrash metal. Uma noite que traz grupos de várias regiões do pais, e uma banda carimbada com a marca de lenda: a paulista Olho Seco, uam das pioneiras do punk no Brasil. O Abril pro Roco acontece dias 25 e 26 de abril. Os ingressos custam: R$ 60 (inteira), e R$30 (meia, Mais o social, R$ 40 mais um quilo d e alimento não perecível.