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domingo, 2 de março de 2014

APOSTAS Os fortes candidatos à estatueta

Produções como 12 anos de escravidão, Gravidade e Nebraska são títulos de peso que 

concorrem ao Oscar de Melhor Filme

Publicado em 02/03/2014, às 09h33

Ernesto Barros

12 anos de escravidão conta história de Solomon Northup, negro livre que foi sequestrado e vendido como escravo no século XIX / Foto: divulgação

12 anos de escravidão conta história de Solomon Northup, negro livre que foi sequestrado e vendido como escravo no século XIX

Foto: divulgação

Com uma festa dedicada aos super-heróis e uma homenagem ao clássico O mágico de Oz, a 86ª cerimônia de entrega do Oscar tem tudo para encantar milhões de cinéfilos em todo o globo. Este ano, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood foi bastante feliz com a escolha das nove produções que concorrem na categoria de Melhor Filme.

Mesmo assim, alguns longas-metragens foram sumariamente esquecidos, sendo o mais injustiçado o sensível e irônico Inside Llewyn Davis – Balada de um homem comum, de Joel e Ethan Coen, lembrado apenas em duas categorias técnicas.
Normalmente pautada pelos grandes temas e pelos avanços tecnológicos, a politicamente correta Academia nem sempre está ao lado da justiça. Essa cegueira vez por outra entra para a história. Mas parece que não vai haver espaço para desapontamentos em 2014. Queira ou não, um dos melhores filmes do ano, pelo menos até agora, é também um dos mais fortes candidatos do Oscar. 
A infernal jornada de Solomon Northup, contada em 12 anos de escravidão, ao mesmo tempo é cinema de qualidade e revisionismo histórico. Negro livre, Northup é sequestrado e vendido como escravo. Sua história, até este filme, permanecia em segredo. Foi necessário que Steve McQueen, um cineasta britânico (casualmente negro?) tomasse para si a responsabilidade de expor uma chaga a qual os Estados Unidos teimavam em esconder.
Em situação diametralmente oposta, situa-se a quase space opera Gravidade, uma intimista ficção científica em que as emoções terrenas não se perdem na imensidão espacial. Neste filme, rodado num mix de técnicas digitais e em 3D, quem está por trás de sua concepção é outro estrangeiro, o mexicano Alfonso Cuarón. Como poucas obras recentes, Gravidade melhora a cada vez que é revisto, dada a excelência técnica e narrativa por trás de cada sequência dirigida por Cuarón.
Gradativamente, o cineasta de filmes tão diferentes quanto A princesinha, Sua mãe também e Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban vem deixando uma marca indelével nas retinas de milhões de espectadores. Em Gravidade, ele avança numa área que parecia, aparentemente, um tanto estagnada, com o 3D refém de filmes de ação rotineiros e sem criatividade.
Certamente mal-visto pelos votantes da Academia, O lobo de Wall Street, de Martin Scorsese, é uma das maiores surpresas entre os indicados a Melhor Filme. Patrono de cinéfilos e guardião do cinema mundial, o veterano cineasta de 71 anos se comporta como mal tivesse completado 30 no seu último longa. Influenciado pelo comportamento agitado do personagem principal de O lobo de Wall Street, um corretor da bolsa desonesto e desregrado, Scorsese esqueceu as boas maneiras e embarcou numa grande odisseia cinematográfica.
Leia mais no Jornal do Commercio deste domingo (2)

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