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sábado, 25 de maio de 2013

POLÍTICA Delegados do OP inseguros com futuro do projeto

Publicado por Branca Alves, em 5.05.2013 às 11:05


Por Carol Brito
Da Folha de Pernambuco
Menina dos olhos dos 12 anos da gestão petista, o programa do Orçamento Participativo ainda é alvo de discussão na administração do prefeito Geraldo Julio (PSB), sobre o formato que o modelo deverá adotar pela administração socialista. Enquanto isso, para os 1.242 delegados empossados pelo ex-prefeito João da Costa (PT), nos últimos dias da gestão, e eleitos pela sua comunidade para representá-los, a situação ainda é de insegurança. Cobrados pelos vizinhos sobre o encaminhamento das obras que já foram aprovadas e o futuro do programa, os líderes comunitários estão desacreditados diante do seu bairro e esperam uma resposta da equipe do gestor. A principal queixa é que, apesar de terem sido empossados, eles ainda não foram chamados para participar da discussão sobre o futuro do projeto.
“Qual a posição do prefeito? Temos várias pendências do governo anterior e a gente não sabe o que se passa na cabeça de Geraldo Julio”, desabafou o delegado de Jardim São Paulo valmi Ferreira. Com um panfleto do Orçamento Participativo da administração anterior nas mãos, ele mostra as obras que a população aprovou nas plenárias do programa e que até agora não foram tiradas do papel. É o caso da recuperação e requalificação do canal Guarulhos, aprovada em 2003, orçada em R$ 95,3 milhões e que conta com verba do Governo Federal.
Valmi Ferreira, liderança de Jardim São Paulo, questiona qual a posição de Geraldo (Foto: Wagner Ramos)
A matéria da assinatura da ordem de serviço, assinada pelo ex-prefeito João da Costa (PT), está guardada pelo líder comunitário até hoje com a frustração de não vê-la ser tirada do papel. A benfeitoria permanece parada e incompleta, enquanto a população anseia que a nova gestão retome as obras. A pavimentação das ruas Sonolópoles e Brilhante também não foi realizada.
As pendências deixadas pela administração anterior são a principal preocupação do delegado do Alto do Pascoal, Marcos Antônio da Silva, mais conhecido por Marcos Delegado. Para ele, Geraldo Julio deve, primeiramente, tirar do papel as obras que foram aprovadas nos 12 anos de plenárias. Ele cita como exemplo a construção das barragens da Lage do Una (aprovada em 2002) e de um centro comunitário no bairro. Segundo ele, das últimas dez benfeitorias aprovadas pela comunidade por meio do programa, nenhuma foi realizada. O descontentamento com o formato é tamanho que ele pensa em não participar das próximas rodadas do OP. “Não quero voltar para ficar só enxugando o gelo”, disse.
A declaração de Geraldo Julio de que estaria revendo o que faria com as obras herdadas da administração anterior causou desconforto nos delegados. “É estranho que na campanha ele tenha dito que ia manter e até agora nada. Estamos na metade do mandato (de delegado do OP) e não sabemos de nada. O pessoal está apreensivo sobre o rumo que o programa irá tomar e as obras que foram deixadas. A insegurança é muito grande”, destacou o delegado de Igualdade Racial, Ricardo Herculano. A liderança defende a manutenção do projeto, porque ele permite que a população discuta as suas prioridades e não fique apenas dependendo de apadrinhamento político.
O delegado temático de Cultura Erasmo Souza relata que muitos representantes do programa estão sendo maleáveis no início da gestão, mas que no segundo semestre irão cobrar respostas do governo, caso o programa não saia do papel na nova gestão. “Estamos aguardando, dando um tempo porque ele chegou agora. Mas quando passar o São João, vamos botar para moer. Eles não podem tirar isso da gente da noite para o dia. Isso é uma conquista do povo”, defendeu.

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