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quarta-feira, 16 de abril de 2014

Pesquisa aponta que 60% dos adolescentes fazem "coisas às escondidas" na internet

Para especialistas, é necessário que os pais acompanhem a vida virtual deles sem, 
no entanto, apelar para as proibições e mantendo sempre o diálogo aberto em casa

Publicação: 15/04/2014 10:05 


Os estudantes Rodrigo (E) e Dante aprendem na escola e com os pais como se comportarem na rede: eles evitam colocar informações pessoais, por exemplo, endereços e telefones  (Gustavo Moreno/CB/D.A Press)
Os estudantes Rodrigo (E) e Dante aprendem na escola e com os pais como se comportarem na rede: eles evitam colocar informações pessoais, por exemplo, endereços e telefones

Ao tentar acompanhar o que acontece na vida virtual dos filhos, muitos pais se deparam com aquela questão que sempre esteve presente no mundo real: até que ponto vale bisbilhotar a fim de garantir a segurança das crianças e adolescentes? O levantamento da McAfee Os riscos na vida digital: filhos superconectados x pais ausentes aponta que 60% dos adolescentes e jovens agem às escondidas na internet. Ainda assim, 61% dos pais não acreditam que os filhos poderão ter problemas graves pelo uso da internet.

O servidor público Carlos Alberto Queiroz, 48, tem noção dos riscos da rede, mas acredita que deu uma boa educação para que os filhos saibam o que fazer quando estão conectados. “O mais novo, de 13 anos, tem mais restrições, como horário para usar a internet e não atrapalhar a escola, ao contrário do meu filho de 22 anos. Mas eu confio nos dois, no que eles postam e, por isso, não tenho acesso a senhas nem Facebook para monitorá-los”, admite. No entanto, gostaria de ter mais tempo para acompanhar as atividades. “Por mais corretos que eles sejam, tenho medo do comportamento de outras pessoas.”

Para a psicóloga Keli Rodrigues, ter conhecimento dos aparatos tecnológicos e estar também na rede ajuda na vigilância, mas não é o mais importante. “Estabelecer uma relação de hierarquia, por mais que você seja amigo dos filhos, dentro de casa vai refletir no comportamento virtual”, explica. Além disso, as crianças não nascem sabendo se portar (na rede ou fora dela) e, por isso, é essencial mantê-las informadas. “É preciso dizer que existem riscos, pois as fotos dos perfis podem não corresponder à realidade, e as pessoas podem pedir para vê-las e quais as consequências disso.”

Com relação aos pais que checam o histórico de sites visitados pelos filhos, Keli não vê problemas, desde que eles sejam avisados, o que é um demonstrativo de honestidade. Quanto ao uso de softwares e aplicativos limitadores do uso de internet, vai depender do caso de cada família. Para saber se escondem ou não alguma coisa, ela dá a dica: “Excesso de acesso à rede e muito zelo com as informações podem denotar que estão escondendo algo”. Mas antes de partir para medidas mais radicais como essa ou até mesmo proibir o uso dos eletrônicos, a psicóloga lembra que o importante continua sendo o diálogo. “A comunicação precisa existir e deve ser muito clara.”

Nas escolas


Os alunos Rodrigo Nery, 14, e Dante von Zuben, 12, já acompanharam colegas que passaram por situações de superexposição e resolveram seguir os conselhos da escola e dos pais. “Quando vou postar no Facebook, penso que qualquer pessoa pode ver e sei que algumas coisas pegam mal”, diz Rodrigo. Dante lembra o cuidado básico: “Nunca colocar onde estou, meu endereço e coisas do tipo que possam comprometer minha segurança”.

Para o advogado e presidente da Associação de Pais e Alunos (ASPA-DF), Luis Claudio Megiorin, não são apenas os pais os responsáveis pela educação on-line dos filhos, mas a escola também. “O que se passa no mundo virtual acaba, de alguma forma, refletindo dentro da escola, pois o virtual se materializa em real por meio daqueles atores que interagem no dia a dia no ambiente escolar.”

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