Senador dá entrevista patética para a BBC e diz que juiz está sendo instrumentalizado pelo capital internacional. Até parece piada de 1º de Abril.
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) voltou a atacar o juiz federal Sérgio Moro nesta sexta-feira, 1º de abril. Pode até parecer piada do dia da mentira, como aliás parece piada toda a atuação política de Requião nos últimos anos. Infelizmente, é verdade. Segundo o senador paranaense, o juiz Sérgio Moro teria extrapolado "os limites do direito". As declarações de Requião foram dadas em entrevista a BBC Brasil.
"Achava (Moro) um sujeito extraordinário no começo do seu trabalho, mas extrapolou os limites do direito". Requião disse que Moro e os procuradores da Operação Lava jato "não percebem a utilização de seus exageros para a dominação do capital financeiro sobre o país. Eles estão sendo instrumentalizados e (ficam) satisfeitíssimos pela própria vaidade". Ainda para Requião, Moro "está atropelando espaços do garantismo jurídico".
"Acho que o Moro é quem menos acredita na Justiça no Brasil. Porque ele provoca esses vazamentos para pressionar o Supremo Tribunal Federal. Mas Moro tem que ver o que aconteceu primeiro com Weimar (república estabelecida na Alemanha após a Primeira Guerra Mundial), que, num esforço moralizante, só punia os progressistas e a esquerda. E deu margem para o surgimento do Hitler. O que aconteceu na Itália quando surge o Berlusconi. Quer dizer, estão embalados pela sua visão paladina e estão abrindo espaço para a direita brasileira".
Segundo Requião, a condução coercitiva do ex-presidente Lula "foi um espetáculo para a mídia, não foi um ato de justiça". "O vazamento dos grampos é uma tentativa de comoção nacional. O limite é da razoabilidade, que a lei estabelece. Como é que você joga na mídia uma conversa pessoal de um presidente com um ex-presidente, que é seu amigo? Quando não tem nada a ver com o processo", questionou o senador. "Estão (Moro, os procuradores da Lava Jato, a Polícia Federal) provocando um conflito social que não podem segurar. E outra coisa: o país não está debatendo nada. Tudo está vindo embalado na movimentação moralizante", completou.
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