Segunda-feira, 04 de Abril de 2016
O horário é ingrato: 23 horas. Mas, ao começar a assistir o programa "Ver TV", na TV Brasil, o telespectador desperta. Apresentado por Lalo Filho, o programa discutiu, neste domingo, a cobertura das TVs dos últimos acontecimentos políticos no país, particularmente das manifestações. Com debatedores plurais como a jornalista Ana Carolina Trevisan, do site Jornalistas Livres, o cientista político da USP Wagner Iglecias e o historiador Wagner Nabuco, a crítica à maneira partidária ao jornalismo das grandes corporações se tornou inevitável.
- Interessa esconder a história. As coberturas dos jornais desde 53 são sempre partidárias. E elas tem se repetido: o "Basta", do Estadão este ano, repetiu o "Basta" do Correio da Manhã contra Jango - disse Nabuco.
Trevisan lembrou que os sites progressistas tem feito o contraponto a grande mídia. Mas, para ela, ainda não é possível produzir grandes reportagens por falta de recursos - que abundam na mídia corporativa.
Iglecias lembrou ainda que hoje circula uma piada no país que afirma ser o El País o melhor jornal do país. A publicação espanhola faz um pluralismo, na cobertura, que os jornais daqui se recusam a fazer.
O programa mostrou também o quanto as TVs cobrem de maneira desigual as manifestações. Enquanto o destaque das ações contra o governo nas ruas são super dimensionadas, com coberturas ao vivo e convocação para adesões, o tratamento nas manifestações pró-democracia seguem o caminho contrário - é criminalizada.
Uma questão que esteve no centro do debate é a importância do jornalismo mostrar claramente de que lado está. Enquanto Veja, Globo, Folha e TVs tentam vender a ideia de "isenção", o que é falso, os blogs progressistas se assumem como pró-democracia - o que passa, em muitos casos, e alguns corretos, como pró-governo.
Nabuco, que é diretor da publicação Caros Amigos, lembrou que o jornalista pode ser militante. O que ele não pode ou deve é fingir não ser: na França, Itália e na Inglaterra o jornalismo se assume como de esquerda ou direita.
Democratização da Comunicação
Pedro Vilela, diretor da Fundação Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), lembrou que o Brasil precisa enfrentar o monopólio da mídia especialmente no rádio e na televisão.
Nabuco, que há 19 anos atua na revista Caros Amigos, disse que os governos do PT erraram no tratamento do tema ao não enfrentar a desregulamentação. Ele acredita que se crie uma espécie com Pronaf da mídia - recursos mínimos de origem pública para permitir a sobrevivência e o crescimento da mídia alternativa não necessariamente engajada.
Segundo ele, a decisão exigiria menos enfrentamento com as forças conservadoras da mídia monopolista.
Iglecias acrescenta que a mídia corporativa, especialmente as TVs, vivem de recursos públicos e funcionam como propriedades privadas - passando de pai para filho.
Trevisan diz que hoje os "Jornalistas Livres" são acusados pelos colegas por estarem prejudicando o trabalho da classe por trabalharem sem dinheiro. Segundo ela, o momento de dificuldade está criando uma proximidade maior entre os jornalistas.
- Interessa esconder a história. As coberturas dos jornais desde 53 são sempre partidárias. E elas tem se repetido: o "Basta", do Estadão este ano, repetiu o "Basta" do Correio da Manhã contra Jango - disse Nabuco.
Trevisan lembrou que os sites progressistas tem feito o contraponto a grande mídia. Mas, para ela, ainda não é possível produzir grandes reportagens por falta de recursos - que abundam na mídia corporativa.
Iglecias lembrou ainda que hoje circula uma piada no país que afirma ser o El País o melhor jornal do país. A publicação espanhola faz um pluralismo, na cobertura, que os jornais daqui se recusam a fazer.
O programa mostrou também o quanto as TVs cobrem de maneira desigual as manifestações. Enquanto o destaque das ações contra o governo nas ruas são super dimensionadas, com coberturas ao vivo e convocação para adesões, o tratamento nas manifestações pró-democracia seguem o caminho contrário - é criminalizada.
Uma questão que esteve no centro do debate é a importância do jornalismo mostrar claramente de que lado está. Enquanto Veja, Globo, Folha e TVs tentam vender a ideia de "isenção", o que é falso, os blogs progressistas se assumem como pró-democracia - o que passa, em muitos casos, e alguns corretos, como pró-governo.
Nabuco, que é diretor da publicação Caros Amigos, lembrou que o jornalista pode ser militante. O que ele não pode ou deve é fingir não ser: na França, Itália e na Inglaterra o jornalismo se assume como de esquerda ou direita.
Democratização da Comunicação
Pedro Vilela, diretor da Fundação Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), lembrou que o Brasil precisa enfrentar o monopólio da mídia especialmente no rádio e na televisão.
Nabuco, que há 19 anos atua na revista Caros Amigos, disse que os governos do PT erraram no tratamento do tema ao não enfrentar a desregulamentação. Ele acredita que se crie uma espécie com Pronaf da mídia - recursos mínimos de origem pública para permitir a sobrevivência e o crescimento da mídia alternativa não necessariamente engajada.
Segundo ele, a decisão exigiria menos enfrentamento com as forças conservadoras da mídia monopolista.
Iglecias acrescenta que a mídia corporativa, especialmente as TVs, vivem de recursos públicos e funcionam como propriedades privadas - passando de pai para filho.
Trevisan diz que hoje os "Jornalistas Livres" são acusados pelos colegas por estarem prejudicando o trabalho da classe por trabalharem sem dinheiro. Segundo ela, o momento de dificuldade está criando uma proximidade maior entre os jornalistas.
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