Foto: Paulo Pinto/Agência PT
Em artigo semanal na Agência PT de Notícias, o presidente do partido fala sobre a importância de mobilização permanente contra o golpe e sobre o PMDB
Com o crescimento das manifestações populares em defesa da democracia, o placar do impeachment começa a mudar a favor da presidenta Dilma. Influi, também, o esclarecimento de que falta base legal para destituir a presidenta, que não cometeu crime, nem comum e nem de responsabilidade. Portanto, o que o complô parlamentar-jurídico-midiático pretende é mesmo dar o golpe, em desrespeito ao voto popular e para chegar ao poder a qualquer custo.
A esperada debandada de partidos da base aliada, que secundaria o rompimento do PMDB com o governo, acabou duplamente frustrada.
Primeiro, porque nem todo o partido acompanhou o presidente-ausente da reunião, que o senador Requião chamou de “farsa” e o senador Renan Calheiros encarou como “tiro no pé”. Este encontro de 3 minutos, tendo na comissão de frente o notório presidente da Câmara, causou espanto ao ministro Barroso, do Supremo Tribunal Federal: “Meu Deus. É esta a alternativa que temos”, exclamou ele durante encontro com estudantes.
Em segundo lugar, porque o governo abriu diálogo com os demais partidos, a fim de recompor sua base parlamentar — movimento ainda em curso e que reforça a necessidade de ampliarmos o contato com deputados e senadores para convencê-los a votar contra o golpe.
Como ratos que deixam o navio antes de afundar, alguns setores contrários à presidenta iniciaram uma mudança de rumo, por pressentirem que o impeachment pode fazer água. Trata-se da proposta conjunta de renúncia de Dilma e Temer, manobra que a presidenta repeliu mais uma vez.
Contra o golpe e suas variáveis oportunistas, vamos manter a mobilização, as campanhas de esclarecimento, a defesa da democracia e aprovar mudanças na política econômica.
---Rui Falcão é presidente nacional do Partido dos Trabalhadores
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