No discurso feito na sede da ONU (Organização das Nações Unidas), na cerimônia de assinatura do Acordo de Paris, sobre Mudanças Climáticas, a presidenta Dilma Rousseff denunciou o golpe de estado camuflado que ocorre no Brasil. A presidenta disse:
"Não posso terminar a minha fala sem mencionar o grave momento que vive o Brasil. O Brasil é um grande país, com uma sociedade que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia, um povo trabalhador que tem grande apreço pela liberdade, que, acredito, saberá impedir quaisquer retrocessos. Sou grata a todos os líderes que expressaram a mim sua solidariedade".Para meu gosto seria melhor a palavra "golpe" no lugar de "retrocessos". Mas talvez meu gosto não alcance a inteligência de Dilma no intrincado jogo da política externa. O simples uso da palavra golpe desviaria o noticiário sobre o golpe em si, para a discussão lateral se seria pertinente chamar o golpe de golpe naquele fórum, como já faz a imprensa golpista brasileira.
A própria sobriedade de Dilma é a imagem da dignidade que resta do Brasil no exterior, em contraste com a imagem grotesca de Cunhas, Gilmares, Aécios, Perrelas e seus assemelhados.
Para a imprensa estrangeira mais influente, bem mais fiel aos fatos do que aos discursos e frases de efeito, meia palavra basta. Todo mundo já entendeu que o que ocorre no Brasil é um golpe de corruptos e contra os pobres, disfarçado, deturpando dispositivos constitucionais.
Além disso, entrevistas da própria presidenta no exterior atraem muito mais interesse jornalístico e repercussão do que discursos oficiais.
Para saciar nosso gosto, vamos fazer nossa versão no popular do que gostaríamos de mudar no discurso de Dilma. Em negrito é que mudamos:
"O Brasil é um grande país, com um povo que soube vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia que, setores inconformados com a melhor distribuição de renda e o protagonismo social do povo, tentam golpear. Um povo trabalhador que tem grande apreço pela liberdade, abomina traidores, conspiradores e opressores. Um povo que, se conseguir acesso à informação ampla, rompendo as cercas da desinformação opressora da mídia hegemônica reacionária, saberá impedir o golpe".Em tempo: não é hora de criticar Dilma e seu governo. Ela cometeu erros políticos e ela mesmo sabe disso. Mas agora ela é 100% vítima. É hora de criticarmos o Cunha, o Temer, os golpistas, os traidores, os omissos, os conspiradores. E qualquer presidente honesto teria dificuldades enormes para governar diante de um Congresso de Cunhas eleito em 2014.
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