Pernambucanos recebiam 'codinomes' da empreiteira como 'Charada', 'Cacique', 'Drácula' e 'Viagra'
Paulo Veras e Marcela Balbino
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Pelo menos 16 políticos pernambucanos, entre candidatos nas eleições de 2012 e presidentes de partidos, aparecem nas várias planilhas da Odebrecht com seus nomes associados a valores que somam mais de R$ 6,3 milhões. O principal beneficiário teria sido o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), para quem a Odebrecht teria destinado R$ 3 milhões em seis repasses entre os dias 31 de julho e 04 de outubro.
A lista de pernambucanos citados abrange políticos de sete partidos. Do ex-governador Eduardo Campos ao ministro do Desenvolvimento, Armando Monteiro Neto, e o prefeiturável tucano Daniel Coelho. Muitos receberam “codinomes” da
Odebrecht. Geraldo Julio é chamado de “Neto”; o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), de “Charada”; e Ettore Labanca (PSB), ex-prefeito de São Lourenço da Mata, cidade onde foi construída a Arena Pernambuco, de “Cacique”.
Odebrecht. Geraldo Julio é chamado de “Neto”; o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), de “Charada”; e Ettore Labanca (PSB), ex-prefeito de São Lourenço da Mata, cidade onde foi construída a Arena Pernambuco, de “Cacique”.
Na mesma linha, os petistas Humberto Costa e Pedro Eugênio eram, na linguagem da empreiteira, respectivamente “Drácula” e “Droeu”. Candidato a vereador, Jarbas Vasconcelos Filho (PMDB) é chamado de “Viagra”. O hoje deputado federal Raul Jungmann (PPS), era visto como “Bruto”.
As prestações de contas de Elias Gomes (PSDB), Mendonça Filho (DEM), Jarbas Filho e Betinho Gomes (PSDB) mostram que as campanhas dos quatro receberam doações de órgãos partidários para os quais empresas do Grupo Odebrecht haviam doado. A Direção Nacional do PSB, que fez repasses à campanha de Geraldo, chegou a receber R$ 1,6 milhão da empreiteira, valor que não bate com o citado nas planilhas.
As campanhas de Jungmann, Labanca, e do prefeito de Bezerros, Severino Branquinho (PSB), receberam valores iguais aos apresentados nas planilhas, nas mesmas datas, da empresa Praiamar Indústria, Comércio e Distribuição, que também aparece nas planilhas da Odebrecht. O JC procurou a empresa em um telefone de Araçatuba, em São Paulo, mas foi informado de que ela não funcionava mais naquele endereço.
Além dos políticos citados nominalmente, os documentos também citam R$ 500 mil para “Demandas EC”, rubrica identificada como do PSB. Uma página aparentemente elaborada na pré-campanha também cita as siglas “RH”, do PMDB, e “JC/MR”, do PT, no Recife. Em 2012, o hoje vice-governador Raul Henry foi pré-candidato a prefeito pelo PMDB, enquanto João da Costa e Maurício Rands disputaram as prévias do PT.
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