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domingo, 9 de junho de 2013

ATITUDE CIDADÃ Casa do Hemofílico pede ajuda







Fundado em 1987, abrigo é morada certa para quem precisa de tratamento. Entretanto, o imóvel carece de reforma

Publicado em 09/06/2013.

Veronica Almeida

valmeida@jc.com.br

Casa, que fica nos Torrões, Zona Norte do Recife, está com infiltrações no teto e precisa de colchões / Bobby Fabisak/JC Imagem

Casa, que fica nos Torrões, Zona Norte do Recife, está com infiltrações no teto e precisa de colchões

Bobby Fabisak/JC Imagem

O imóvel nº 356 da Rua Augusto Rodrigues, no Torreão, Zona Norte do Recife, faz diferença no tratamento da maioria dos cerca de 800 hemofílicos pernambucanos. A casa de apoio, fundada em 1987 pelo médico hematologista Gilson Saraiva, é o abrigo certo para pessoas que moram distante da capital e precisam passar semanas e meses recebendo tratamento diário na Fundação Hemope. Esse apoio, no entanto, está ameaçado por causa das infiltrações no teto, falta de colchões, materiais e alimentos.
“Precisamos de reforma e pintura urgentes”, diz Synara Duarte, presidente da Casa do Hemofílico. Mãe de uma criança portadora da doença, ela explica como é importante garantir aos pacientes e acompanhantes o apoio para que façam o tratamento longe da residência. A casa tem 12 camas, mas chega a abrigar número maior. Os colchões estão velhos e o freezer, enferrujado. Faltam lençóis, roupa de mesa e banho. Há carência também de alimentos, principalmente verduras, frutas e carnes. Segundo Synara, por mês o Hemope repassa R$ 4.900, mas o dinheiro precisa ser usado no pagamento de três funcionários e outros custos de manutenção.



Luís Gomes da Silva, hemofílico e cuidador da casa, explica que o número de atendidos cresce. “Quem tem hemofilia deve receber duas ou três vezes por semana aplicações de Fator 8 e 9 (que ajudam na coagulação do sangue)”, diz. Essa aplicação pode ser feita em casa, mas muitos precisam fazer o tratamento no Hemope, acompanhado de outros cuidados, como fisioterapia para tratar problemas nas articulações. Hemofilia é uma doença genético-hereditária, atinge quase exclusivamente o sexo masculino. Há uma desordem no mecanismo de coagulação, causando hemorragias de difícil controle.
“Há 39 anos, faço tratamento. Se não fosse essa casa, não teria condições de vir”, conta Orlando Silva, 52 anos, morador de Barreiros, Mata Sul. O índio trucá José Gomes, 34 anos, de Cabrobó, Sertão, avalia que o espaço também promove a integração entre os hemofílicos.
Juarez Andrade Silva, 31 anos, residente em Feira Nova, Agreste, também é usuário da casa. Todo mês ele passa uma semana no Recife para se submeter a fisioterapias que tentam reabilitar os joelhos, agredidos por sangramentos. Sonha em ser web designer e, nas horas vagas, na casa, ajuda os amigos no uso do único computador.




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