Músico, natural de Garanhuns, tornou-se um dos principais artistas do Brasil
23/07/2013 20:25 - Geison Macedo, do FolhaPE
De fala mansa, tímido, sotaque típico agrestino, generosidade sem tamanho e de talento único. Predestinado para a música. Símbolo de um povo, que se encantou com sua voz marcante e com a maestria do dedilhar da sanfona. Das mãos de Luiz Gonzaga, José Domingos de Moraes recebeu o bastão para dar continuidade a um dos maiores legados já construídos na história cultural do País. Não deixou o bonde desandar e deu ao forró o seu mais ilustre tratamento. Assim como fez o Rei do Baião um dia, Dominguinhos utilizou a força dos versos e do seu cantar para gritar socorro por sua região. Também falou de amor, saudade, desilusões e do cabra namorador.
José Patrício/Estadão
Conhecido pelo medo inveterado de viajar de avião, o sanfoneiro encarou o desafio e embarcou rumo à França com Gal Costa, para se apresentar no Midem. Continuou acompanhando a artista no show Índia. No mesmo período, inicia amizade com Gilberto Gil, outro músico que se tornaria fundamental na vida artística do pernambucano. Trabalhou por mais de um ano com o músico baiano, que sempre fez questão de valorizar a obra de Seu Domingos. Na voz de Gil, Dominguinhos tornou-se ainda mais conhecido, com a canção “Eu Só Quero um Sodó”, que, pouco tempo depois, registrou mais de 250 regravações, em diferentes idiomas. Juntos, compuseram ainda “Lamento Sertanejo”.
Ao todo, José Domingos de Moraes lançou mais de 40 discos, entre CDs e LPs, em toda a carreira. Em 2002, venceu o Grammy Latino com o CD “Chegando de Mansinho” e, em 2007, concorreu novamente ao prêmio, na categoria melhor disco regional. Um ano depois, foi o grande homenageado do Prêmio Tim de Música Brasileira. Em 2010, conquista outro importante prêmio: Shell de Música. Com o parceiro Nando Cordel, lançou os sucessos “Isso Aqui Tá Bom Demais”, “De Volta Pro Aconchego”. É autor também de canções como “Pedras que Cantam”, na parceria com Fausto Nilo, “Retrato da Vida”, com Djavan e “Tenho Sede”, de coautoria com Anastácia. O último trabalho de Seu Domingos foi o instrumental “Iluminado”, lançado em 2010.
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