MARCO ZERO Músico agredido durante abertura do Carnaval do Recife irá depor nesta quarta-feira

Policial que teria agredido jovem já prestou depoimento na Corregedoria Geral

- RODRIGO PASSOS, da Folha de Pernambuco

Está marcado para esta quarta-feira (20) o depoimento do percussionista Ítalo Diego José dos Santos, 19 anos, que foi agredido por policiais militares na sexta-feira, dia da abertura do Carnaval do Recife. O testemunho do músico está marcado para as 12h30, na Delegacia de Rio Branco, no Bairro do Recife. Nesta terça-feira (19), o policial que desferiu o chute na cabeça de Ítalo, mesmo depois que o músico já estava imobilizado, prestou depoimento na Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS), mas ainda não há uma previsão de quando o resultado da investigação será divulgado.

Bruno Campos/Folha de Pernambuco

PM que teria cometido a agressão prestou depoimento nesta terça

Segundo informações do Corregedor da SDS, Sidney Lemos, o depoimento do oficial da PM aconteceu por volta das 9h30. “Ele alegou que o objetivo do chute não era de agredir, mas, sim, de conter o músico. Mas a agressão se mostra aparente pelos vídeos, vamos analisar as provas que temos para ver qual a providência que será tomada”, revelou o corregedor. Com relação à exoneração do oficial, Sidney afirmou que ainda é cedo para decretar qual punição o policial sofrerá. “Vamos averiguar os atenuantes e por isso não podemos confirmar se essa será a medida”, disse.

Sobre a situação do capitão da PM que no dia do incidente estava trabalhando como chefe de segurança do local onde a confusão iniciou a situação ainda está em averiguação. “Por se tratar de um oficial da ativa, vamos analisar se ele podia ou não prestar este tipo de serviço”, afirmou o corregedor. No início da tarde desta terça-feira, alguns representantes do Maracatu Pai Adão dirigiram-se à Prefeitura do Recife para cobrar uma resposta da Prefeitura neste caso. Poucos minutos depois de chegar à se­­de da Prefeitura, o grupo foi atendido e um advogado foi designado para acompanhar o depoimento do músico.

Ainda abalado com a situação, o percussionista Ítalo só espera que o agressor seja punido pelo que fez. “Eu nunca tinha passado por uma situação como esta. Faço parte do grupo há oito anos e comando crianças em algumas atividades”, revelou. Mesmo depois do transtorno, o músico continuou com a agenda de shows do grupo durante o Carnaval. “Não pretendo sair do maracatu, só quero que a Justiça faça o que tem que ser feito”, manifestou-se.