quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013
Alex na Folha Viva a mulher*
“Há adultério até na alma feminina das pedras”, foi o que disse Menotti Del Picchia.
Nada mais injusto. Também machista e ridículo se pensar que o adultério é uma qualidade feminina.
Num julgamento imparcial, homens e mulheres que traem merecem a mesma atitude por parte de outras pessoas.
Além disso o adultério não é uma questão apenas de sexo,
mas também de princípio, caráter e sobretudo amor.
Mas também pode acontecer como uma consequência do medo, da solidão a dois, de uma vingança.
Razão tem Camilo Castelo Branco ao dizer que “as quedas de algumas mulheres se justificam pelos maridos”.
O tempo deixa intocada apenas a essência da verdade,
que vai sustentando o homem como o totem;
o resto ele corrói, lentamente até a destruição infinita.
A verdade encarada aqui de modo genérico:
a sabedoria, o primado do espírito, a inteligência e o amor.
Tudo,
enquanto o homem pode ainda escrever uma frase na areia.
E logo uma onda apaga.
Escreve outra.
O Mito
“Nessa vida Marlene (Dietrich) faça seus próprios mandamentos de decadência, que são tão preciosos quanto os 10 Mandamentos originais”. Foi esse o conselho que Ernest Hemingway repassou para a famosa atriz do cinema.
Mistério
O que sabemos mais das outras pessoas?
Tão íntimas, tão mergulhadas em nosso próprio cotidiano,
tão amantes e tão amáveis,
tão definitivas.
Mas pode acontecer que tudo acabe com essa impossível ilusão a quem soube usar tão bem a máscara.
Mas entre a realidade e o sonho existe a morte.
E muitos acham que não é com as palavras da vida,
mas com o silêncio da partida que poderíamos avaliar bem
o encanto e desencanto de conhecê-las.
Talvez até chorar,
sentir saudades e medir enfim sua dimensão,
compreendendo, só depois, as frazes que foram ditas.
A incerteza é mais frequente do que imaginamos.
Muitas vezes penso no que desejam de mim,
ou das frases da coluna,
aquelas que os leitores gostam
ou as que renegam.
*Textos extraídos do livro “Ao lado do Arcanjo” - Prosa Poética, de autoria de Alex, editado pela Intergraf em 2005.
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