Por Gilberto Prazeres
Wagner Santos
Frente a frente, os líderes do Governo e da Oposição na Câmara do Recife, Gilberto Alves (PTN) e Aline Mariano (PSDB), respectivamente, debateram sobre o início da gestão do prefeito Geraldo Julio (PSB). Enquanto a tucana cobrou transparência sobre os dados herdados da gestão anterior, o governista focou nas realizações já verificadas e no comprometimento da atual administração em seguir o Plano de Governo apresentado durante a campanha eleitoral. “É Preciso saber como é que anda a saúde financeira da cidade do Recife. Isso está na ordem do dia”, cobrou Aline Mariano. “Não estamos aqui para discutir o passado. Queremos e temos uma preocupação no presente”, contemporizou Gilberto Alves.
Neste primeiro post, a tucana ainda cobra mais do que boa vontade do prefeito Geraldo Júlio. Logo mais, Gilberto Alves destaca os anúncios realizados pelo socialista.
Como a oposição avalia o primeiro mês de gestão de Geraldo Julio?
É muito cedo pra gente fazer uma avaliação. Eu percebo uma grande movimentação. Ele tá conhecendo o que é necessário ser feitas as intervenções. Está vendo o que precisa ser feito em quase todas as áreas, saúde, educação, mobilidade. Então, são várias áreas que têm que ter um foco. Tem que ter um norte. E aí, naturalmente, ele precisa de um tempo de adaptação, até dos secretários que estão chegando, que a grande maioria dos secretários… Acredito que 99% são secretários novos, com exceção do secretário de habitação, que era secretário de Juventude, e enfim, eu vejo a movimentação como algo positivo. Agora, boa vontade só, não é o suficiente. É Preciso saber como é que anda a saúde financeira da cidade do Recife. Isso está na ordem do dia. E inclusive o prefeito Geraldo Júlio não está entrando nesse debate, e nem vai entrar, porque não é interessante, porque hoje ele tem uma grande frente de catorze partidos apoiando sua gestão e então ele vai preservar o máximo que puder o ex-prefeito João da Costa. Mas vai ter um momento que os números vão ter que falar por si. E os números são importantes.
É muito cedo pra gente fazer uma avaliação. Eu percebo uma grande movimentação. Ele tá conhecendo o que é necessário ser feitas as intervenções. Está vendo o que precisa ser feito em quase todas as áreas, saúde, educação, mobilidade. Então, são várias áreas que têm que ter um foco. Tem que ter um norte. E aí, naturalmente, ele precisa de um tempo de adaptação, até dos secretários que estão chegando, que a grande maioria dos secretários… Acredito que 99% são secretários novos, com exceção do secretário de habitação, que era secretário de Juventude, e enfim, eu vejo a movimentação como algo positivo. Agora, boa vontade só, não é o suficiente. É Preciso saber como é que anda a saúde financeira da cidade do Recife. Isso está na ordem do dia. E inclusive o prefeito Geraldo Júlio não está entrando nesse debate, e nem vai entrar, porque não é interessante, porque hoje ele tem uma grande frente de catorze partidos apoiando sua gestão e então ele vai preservar o máximo que puder o ex-prefeito João da Costa. Mas vai ter um momento que os números vão ter que falar por si. E os números são importantes.
Já dá pra ver uma melhora na mobilidade urbana nesse primeiro mês do governo?
Sinceramente, ainda não, porque ele vai precisar contratar mais agentes, capacitar esses agentes que faziam parte das gestões passadas. Vai precisar abrir vias, construir viadutos, em parceria com o Governo Estadual. Melhorar essa questão do transporte público… Então, a questão da mobilidade, mesmo ele tendo muito boa vontade, e mesmo ele tendo recursos, em 29 dias de mandato, ele não conseguiria fazer as intervenções necessárias, porque hoje esse é um problema nacional e os governos, lá atrás, não cuidaram disso, e aqui não foi diferente. Então, existem intervenções que eram pra ter sido feitas há vinte anos e que não foram feitas. É uma frota cada vez maior de veículos individuais, transporte de péssima qualidade. Já existem algumas medidas anunciadas pelo governo do Estado, mas acho que precisa ainda de muito mais. Precisa de metrô, precisa de linhas integradas. As pessoas não vão deixar de usar o seu transporte individual se elas não tiverem transporte de qualidade. Essa filosofia também precisa mudar, mas só vai mudar quando, de fato, tivermos ações, a médio e a longo prazo. Então, eu não tenho notado mudanças significativas nessa área, por mais boa vontade que ele tenha demonstrado.
De acordo com o TCE, a gestão anterior não investiu os 25% em educação. A oposição vai fiscalizar para que Geraldo cumpra essa meta estabelecida pela Legislação?
Sim. Também concluiu que foi prometido pelo prefeito João da Costa, o que ele deixou pela metade, a questão dos CMEIs, foram prometidos quarenta CMEIs. Então, saber se o prefeito Geraldo Júlio vai concluir esses CMEIs. As creches também andam muito mal cuidadas, as escolas de uma forma geral. Então assim, a educação hoje, no Recife, é uma das piores do Brasil. É a penúltima no ranking. Então, isso não é a oposição que está dizendo, são dados do IDEB. Então, o prefeito Geraldo Julio tem um grande desafio, que é a questão da educação.
O valor Via Mangue sempre foi um calo para o ex-prefeito João da Costa. Agora, no começo do governo, Geraldo anunciou a ampliação de quase R$ 140 milhões no valor total da obra. A vereadora está de olho nessa questão?
Eu tive um trabalho enorme com minha equipe e preparamos dois relatórios. Um relatório de quase seiscentas páginas de contratos sem licitação. A dispensa de licitação é uma marca que João da Costa deixa. E outro relatório que a gente preparou com quase 800 páginas, só de termos aditivos. A Via Mangue, no ritmo que vai, precisa de uma intervenção. Até mesmo uma intervenção no fundamento jurídico. Porque é muito dinheiro para o valor da obra e menos de 30% concluído. Ele deixou a obra para o prefeito Geraldo Júlio, e Geraldo não vão tocar, não. Ele vai fazer a obra, de fato.
Eu tive um trabalho enorme com minha equipe e preparamos dois relatórios. Um relatório de quase seiscentas páginas de contratos sem licitação. A dispensa de licitação é uma marca que João da Costa deixa. E outro relatório que a gente preparou com quase 800 páginas, só de termos aditivos. A Via Mangue, no ritmo que vai, precisa de uma intervenção. Até mesmo uma intervenção no fundamento jurídico. Porque é muito dinheiro para o valor da obra e menos de 30% concluído. Ele deixou a obra para o prefeito Geraldo Júlio, e Geraldo não vão tocar, não. Ele vai fazer a obra, de fato.
A oposição está batendo muito em João da Costa. Vai deixar Geraldo de lado e bater só no petista?
Não. Na verdade a gente questiona muito o que foi deixado. Inclusive, sobre o que você perguntou se existe alguma crise específica em relação ao governo. Eu acho que em relação à pasta de Habitação, pode ser que a gente tenha problemas nessa pasta. Até porque, quem assumiu a pasta não fez o dever de casa. Espero que seja diferente. Então eu percebo de uma forma clara que o prefeito não vai ficar olhando pra trás, mas existem coisas que precisam ser levantadas, para saber como a cidade se encontra. A gente saber o que a cidade dispõe é essencial. Porque não dá pra sonhar, não dá pra planejar, não dá pra estabelecer metas se a gente não tiver, de fato, recursos.
A área de Saúde também é bastante crítica no Recife. O prefeito já anunciou várias medidas, como Hospital da Mulher, Upinhas… A oposição vai cobrar também a recuperação dos espaços já existentes na cidade?
Sim. É essencial que o que tem a gente possa de fato melhorar e amp
Sim. É essencial que o que tem a gente possa de fato melhorar e amp
liar também, pois os leitos nas maternidades, hoje, não são suficientes. E a gente tem essa preocupação. o profissional de saúde é um profissional, do qual existe uma escassez muito grande na área de saúde. Muitas vezes o profissional de saúde tem cinco vínculos. Então é complicado dar um bom atendimento à população, se você tem esse comprometimento com tantas outras atividades e que, acredito, que muitas vezes necessárias. Porque se o profissional fosse mais valorizado, certamente ele teria um vínculo apenas. Então, tudo isso tem que ser observado. a saúde é um dos problemas mais sérios. Aquelas filas intermináveis nas policlínicas. Elas têm que acabar definitivamente. E a história de as pessoas chegarem e disputar um atendimento. Ter que submeter a chegar muitas vezes de madrugada pra ter uma ficha para atendimento. Essa história de faltar remédio em postos de saúde. Tudo isso tem que fazer parte de um passado bem distante. Porque a saúde é algo assim essencial. Em várias pesquisas a gente percebe que esse é um dos principais pontos e de reinvindicação em termo de melhorias. E aí a gente tem que ter esse olhar atento, em relação, não só às outras áreas, como em relação à saúde, que está na ordem do dia.
Escuta-se muito o comentário de que o PSDB não faz uma oposição sistemática ao Governo do Estado. Na Câmara, vai haver essa questão também, já que a líder da oposição é do PSDB e o governo é socialista?
É inegável a gente dizer em termo de parcerias PSB e PSDB tem uma relação completamente diferente em relação ao PT. Em relação ao PT existe esse antagonismo. Em relação ao PSB, são partidos que têm várias parcerias em vários estados. Nós temos vinte prefeitos e muitos deles votaram no governador Eduardo Campos. É inegável. Agora, nós tivemos candidatos pelo PSDB, que enquanto diziam que o PSDB não era oposição, o engraçado é que alguns componentes de alguns partidos que diziam isso, no primeiro turno já votaram em Geraldo Júlio. O PSDB teve candidato. Então assim. Nós não temos cargos no governo. Temos uma relação excelente com o governador Eduardo Campos. Não vamos fazer uma oposição no sentido de atrapalhar a gestão. A nossa relação é realmente torcer para que as coisas deem certo. Agora, eu jamais vou deixar de cumprir, nem eu nem os companheiros de bancada, nem os membros da oposição que representam os partidos como o DEM e PPS vamos deixar de cumprir o nosso papel. Nós separamos bem a relação que nós temos e foi dessa forma que nós fomos eleitos para estarmos exatamente onde nós estamos. Agora, em nenhum momento a nossa intenção é de atrapalhar o Governo. Não é esse o papel da oposição, principalmente no momento que a cidade vive. O momento que a cidade vive é um momento de cooperação.
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